O dia que um árbitro francês apitou uma decisão entre Corinthians x Palmeiras

Em 1995, após polêmicas com a arbitragem brasileira no Campeonato Paulista, a FPF decidiu escalar um árbitro europeu para apitar o jogo de volta da final do estadual entre Corinthians e Palmeiras. O nome escolhido foi o francês Remi Harrel, que na época, estava no quadro de juízes da Fifa e apitava jogos da primeira divisão do Campeonato Francês.

A partida de ida foi apitada pelo brasileiro Oscar Roberto Godói, que acumula lances e decisões questionáveis. No confronto em questão, as duas equipes empataram em 1 a 1 – Marcelinho Carioca anotou o gol alvinegro e o Palmeiras chegou à igualdade aos 48 minutos do segundo tempo, com gol do atacante Nílson.

Na segunda partida, o mesmo Nílson abriu o placar para o Alviverde, mas o meia Marcelinho Carioca empatou, em uma cobrança de falta. Na prorrogação, o meia Elivelton definiu o placar de 2 a 1 e selou o título do paulista do Corinthians, que, pela primeira vez em sua história, saía de campo com vitória em uma decisão de título oficial contra o Palmeiras.

A arbitragem de Remi Harrel foi relativamente tranquila, já que a atuação do francês foi pouco comentada após a conquista do título corinthiano. Com um resultado positivo, a FPF optou por chamar mais árbitros estrangeiros na edição do Paulistão de 1996.

Não foi a única vez: grandes jogos do futebol brasileiro já foram apitados por estrangeiros

Você sabia que árbitros sul-americanos e europeus já apitaram partidas do Campeonato Paulista? O episódio aconteceu em 1996, quando Renato Duprat Filho, presidente da Federação Paulista de Futebol, chamou o argentino Javier Castrilli, o uruguaio Júlio Matto, o colombiano Oscar Ruiz, o alemão Markus Merk e o irlandês Dermot Gallagher para comandar os jogos do estadual.

Oscar Ruiz chegou a inclusive a apitar a final daquele ano, disputa entre Palmeiras e Santos e que teve o time alviverde como campeão. De acordo com a FPF, o objetivo era escalar os árbitros estrangeiros em partidas de “alto risco”. Para Duprat, o principal motivo da decisão seria o fato destes árbitros não marcarem tantas faltas como os brasileiros.

Em 1997, a medida seguiu sendo implementada. Desta vez, o francês Claude Colombo, a canadense Sonia Denoncourt e os sul-americanos Oscar Ruiz e o paraguaio Epifânio Gonzalez foram os árbitros “convidados”. Em 1998, os juízes estrangeiros seguiram sendo padrão no estadual, mas Javier Castrilli, argentino escalado para apitar a semifinal entre Portuguesa e Corinthians, foi alvo de grande polêmica.

Em um jogo recheado de lances duvidosos, a grande polêmica se deu por conta de um pênalti marcado à favor do Corinthians. O zagueiro Cesar, da Lusa, dominou uma bola no peito, e o argentino viu um toque de mão e assinalou pênalti. A Portuguesa vencia por 2 a 1, mas o Timão converteu o pênalti e se classificou para a final daquele ano.

Por conta da polêmica envolvendo a atuação de Javier Castrilli na partida decisiva, a FPF optou por deixar de lado a “experiência” com árbitros estrangeiros.