O volante Léo Sena, revelado pelo Goiás, não atua desde o ano passado, quando estava no Spezia, da Itália. Ele desenvolveu um problema no coração em decorrência da covid-19. De acordo com o médico e ex-presidente do Esmeraldino Sérgio Rassi, o quadro chegou a ser considerado grave e tinha potencial de encerrar a carreira do atleta, mas os últimos resultados foram bons.
“Quando o Léo Sena chegou para a gente avaliar, ele trouxe todos os exames que foram feitos na Itália, no seu clube de origem. Exames super necessários tanto para ver a parte mecânica do coração quanto para ver a parte elétrica do coração. Eu confesso que esses exames me assustaram. As alterações eram muito relevantes. Obviamente por conta disso ele não pôde continuar no clube onde estava (Spezia). Ele fez uma negociação com o clube, teve passe livre e voltou para o Brasil”, disse.
“Falei para ele (Léo Sena) que os exames eram de um tempo atrás, cerca de seis, oito meses atrás. Como se trata de uma doença nova, que a gente ainda não conhece seu segmento, não conhece os fatores agravantes e atenuantes, temos que conhecê-la melhor. Não tem como fazer prognósticos. Não temos essa referência. Nesses casos, a gente estuda a fundo, sempre tentando usar de bom senso e doenças semelhantes que a gente saiba como deve ser tratada e levando isso para o pós-Covid. Pedimos para ele repetir os exames, daí a gente se assustou, no bom sentido, com os resultados. Para mim, foram inesperados. Claro que eu estava torcendo para isso, mas me assustei perante aos resultados. A arritmia quase desapareceu e as áreas de fibrose que ele tinha no coração também diminuíram consideravelmente. Percebemos que essa doença para o Léo Sena está em regressão”, completou.
Retorno aos gramados?
Léo Sena segue passando por exames periódicos e está na expectativa para retornar aos gramados. Ele fará exames a cada duas semanas por aproximadamente três meses. Segundo Sérgio Rassi, o retorno aos treinamentos em ritmo profissional está descartado, mas ele terá tempo a se recuperar:
“Nós temos que saber quando que é o momento adequado de liberá-lo para atividade física de atleta. Ele só pode participar disso quando nós zerarmos essa investigação. Eu calculo que em mais dois ou três meses de observação, com exames de duas em duas semanas, se ele continuar nesse processo regressivo da doença, em dois, três meses acredito que ele poderia ser liberado. Nesse meio tempo ele tem que ser enquadrado num programa de readaptação física de modo bastante gradual. Mas acredito que ao longo de três meses já esteja em um bom caminho andado. Nesse ano é impraticável a participação dele (em jogos profissionais), mas ele deve aproveitar esses três meses para se recondicionar”