Além dos problemas em campo, onde a equipe é a lanterna da Série B, o Náutico agora tem um caso extracampo para lidar. A equipe pernambucana teria burlado credores após processo do Palmeiras.
De acordo com o ‘ge’, apesar de ser considerado fraude, o fato não se enquadrada como crime, mas sim como ilícito civil e dessa forma, o clube terá que explicar a falta de transparência e de controles internos.
Tudo isso começou quando Diógenes Braga, ex-presidente do Náutico, e Edno Melo, que ocupava o cargo de diretor esportivo usaram uma conta de uma organização sem fins lucrativos para movimentar o dinheiro do Náutico. A empresa em questão é a Recreio Fluvial, criada em 2016.
Em um primeiro momento, a associação visava captar recursos através de doações para reformar no Estádio dos Aflitos, que foi reinaugurado em dezembro de 2018.
Um mês antes da reabertura do estádio, o Náutico realizou um empréstimo junto a Recreio Fluvial no valor de R$ 807 mil. Para abater a dívida, o Timbu, “deu” os direitos comerciais no fardamento e nas placas de publicidade dos aflitos. Ou seja, as receitas comerciais do clube iriam para a associação.
O acordo entre as partes foi divulgado pelo ‘ge’ e mostra que Diógenes e Edno também comandavam a Recreio Fluvial e eram os responsaveis pela empresa.
“Em 2019, choveram bloqueios. Para tentarmos receber o dinheiro do patrocinador máster, fizemos o contrato de mútuo financeiro, em que colocamos a Recreio como credora do Náutico. Utilizamos esse meio jurídico para liberar o dinheiro”, disse Diógenes, que hoje é presidente do Náutico, ao ‘ge’.
“Conseguimos evitar vários bloqueios, contudo dois permaneceram. Um do Derley, em que fizemos acordo e já foi quitado, e outro do Palmeiras, que segue tramitando com um saldo bloqueado”, concluiu o mandatário.
Processo do Palmeiras vazou fraude do Náutico
Em um processo movido pelo time Paulista em relação a não pagamento de empréstimos de jogadores, a justiça determinou o bloqueio das contas do clube pernambucano, mas não havia saldo.
O jurídico do Palmeiras foi atrás dos patrocinadores do Timbu e descobriu um acordo com o Real Hospital Português de Beneficiência de Pernambuco, mas não com o Náutico e sim com a Recreio Fluvial. Mesmo assim, o Alviverde conseguiu bloquear o dinheiro.
Desde então há uma disputa jurídica com a organização sem fins lucrativos alegando que não é a devedora e o clube paulista acuando os credores de má-fé.
“Assim, flagrante a má-fé do terceiro, ora embargante, que possuindo em sua diretoria membros e dirigentes da parte executada utiliza-se de ardil para fraudar a execução movida pela parte embargada”, disse o juiz Luiz Antonio Carrer.
O primeiro recurso do Náutico, em primeira instância, acabou negado e o clube será obrigado a pagar R$ 10 mil em despesas processuais.
Por fim, a disputa segue em andamento e ainda deve ganhar novos capítulos. De acordo com o ‘ge’, caso o Timbu perca a ação e seja condenado, todos contratos são invalidados, como também terá que indenizar as partes envolvidas. Vale salientar que o processo não é considerado um crime, mas um ilício civil, de acordo com advogados e juristas.