O escândalo da “Máfia do Apito” em 2005 chocou o futebol brasileiro. Com o Brasileirão daquele ano tomando um rumo completamente diferente após a descoberta de manipulação, muitos consideram aquele como o ano mais “obscuro” da história do esporte no país. No entanto, este não foi o primeiro escândalo que atingiu o futebol no Brasil. Em 1982, acontecia a Máfia da Loteria Esportiva.
A Máfia da Loteria Esportiva foi um esquema criminoso, denunciado pela revista Placar em outubro de 1982, que manipulava os resultados de partidas de futebol para garantir que os apostadores envolvidos no esquema lucrassem com os resultados dos jogos.
A loteria esportiva era uma modalidade de aposta, mantida pela Caixa Econômica Federal. Seu objetivo era bastante simples: premiar aqueles que adivinhavam os resultados das partidas de futebol. Em 22 de outubro de 1982, o repórter Sérgio Martins revelou o envolvimento de 125 acusados de participar diretamente do esquema.
Entre jogadores, árbitros e cartolas, encontravam-se nomes de destaque, como os dois campeões mundiais pela Seleção Brasileira: Amarildo (1962) e Marco Antônio em (1970). O esquema consistia em manipular os resultados nas partidas, com o objetivo de beneficiar um grupo de apostadores na Loteria Esportiva.
Flávio Moreira, que trabalhava na Sport Press (agência de notícias), passou a ser o principal informante do grupo na fabricação e escolha de resultados, que contava com João Nunes da Costa Filho (gerente de uma agência bancária do Banco Econômico) como um dos líderes do esquema.
Em 1985, após três anos e dois meses de investigação, a Polícia Federal encerrou o inquérito, indiciando apenas 20 pessoas. A falta de provas foi um problema na época; a conclusão do inquérito, realizada pelo Delegado Paulo Lacerda, foi a de: “não existia uma organização de manipulação, mas apenas alguns grupos isolados”.