Vamos viajar pelo túnel do tempo da Liga dos Campeões? Você se recorda de um episódio inusitado ocorrido na edição 2005 da edição em que o maior destaque da melhor defesa da Copa dos Campeões, o goleiro brasileiro Dida, virou alvo da maior chuva de sinalizadores que a nobre competição da Uefa já viu?
Na ocasião, o Milan vencia a rival Inter por 1 a 0 no estádio em San Siro e avançava tranqüilamente às semifinais quando, aos 27min do segundo tempo, o goleiro da seleção brasileira foi alvejado por dezenas de objetos, em especial sinalizadores. A torcida da Inter ficou revoltada com a anulação de um gol do argentino Cambiasso minutos antes – não ficou caracterizada irregularidade no lance, mas o árbitro apontou falta de Julio Cruz justamente em Dida.
O goleiro caiu no gramado e foi atendido. O jogo acabou interrompido por cerca de dez minutos e, quando foi reiniciado, Dida teve que ser substituído por Abbiati – aparentemente, não houve nada de grave com ele.
A torcida da Inter, porém, não se acalmou e seguiu atirando sinalizadores no campo. O árbitro alemão Markus Merk não teve alternativa e encerrou o jogo. O Milan, que já havia vencido na ida por 2 a 0, avançou à fase semifinal.
Um porta-voz da Uefa, entidade que rege o futebol europeu, anunciou no próprio San Siro que o Milan tinha sido “declarado provisoriamente vencedor por 1 a 0”. Dida foi o grande nome do jogo, fazendo pelo menos quatro excelentes defesas. Na semana anterior, ele já havia brilhado.
Dida não era a única estrela brasileira em 2005 na Liga dos Campeões
Àquela época, o Milan tinha, além de Dida, outros três brasileiros em seu elenco: Cafu, Kaká e Serginho – só o último não atuou na polêmica partida dos sinalizadores. Cafu participou do polêmico lance que originou toda a confusão. Ele disputou bola com Cambiasso e chegou a reclamar de uma infração na jogada.
“O episódio [dos sinalizadores em 2005] não machuca a Inter, mas a cidade de Milão. A reação dos torcedores da Inter foi surpreendente. Eu tenho jogado e treinado o Milan por dez anos e nunca tinha visto qualquer coisa assim”, disse Carlo Ancelotti, na ocasião técnico do Milan.