O lateral direito Rafael Ramos, do Corinthians, virou réu por causa da suposta injúria racial cometida contra Edenílson, jogador do Internacional, na partida entre os dois clubes disputada em 14 de maio, pela 6ª rodada do Brasileirão.
O juiz Marco Aurélio Martins Xavier, da 14ª Vara Criminal e Juizado do Torcedor e Grandes Eventos do Foro Central da Comarca de Porto Alegre, acatou a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra o jogador:
“O fato contido na peça acusatória foi veiculado em imagens, captadas, inclusive, em rede nacional: ainda que passíveis de exame percuciente, na fase probatória, permitem a conclusão da ocorrência substancial do fato e dos indícios da autoria delitiva, atribuída na denúncia. Com efeito, é plenamente viável a pretensão acusatória”, afirmou o juiz.
Na época do ocorrido, laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul concluiu que não é possível identificar o que foi dito por Rafael Ramos. No entanto, a Polícia Civil indiciou o jogador mesmo assim.
Lembre o que aconteceu
Durante o empate por 2 a 2 entre Internacional e Corinthians em 14 de maio, Edenílson acusou Rafael Ramos de chama-lo de “macaco” em uma disputa de bola. Após o jogo, o jogador do Corinthians foi detido em flagrante pela polícia por injúria racial e liberado mediante fiança de R$ 10 mil.
A análise dos peritos gerou o laudo final divulgado pelo IGP, que concluiu não ser possível identificar o que é falado pelo jogador, já que a maior parte dos seus gestos de fala ocorrem na “porção interna da cavidade oral”.
Irritado com a decisão final, no mesmo dia da divulgação do laudo, Edenílson mudou seu nome no Instagram para “macaco” e publicou: “Não iriam nos calar? Já nos calaram. Se ofendidos aceitem, engulam a seco. Finjam que não escutaram, é uma luta desleal, é uma luta inconclusiva”.