Capitão da seleção brasileira nas últimas três Copas do Mundo (e ainda disputou uma quarta Copa do Mundo), o zagueiro Thiago Silva publicou um longo texto em suas redes sociais – após pouco mais de duas semanas da eliminação do Brasil diante da Croácia nas quartas de final da competição – sobre a frustração da derrota no Mundial.
Na postagem, Thiago Silva se mostrou orgulhoso por ter defendido a seleção brasileira em quatro Copas do Mundo, sendo capitão em três edições (2014, 2018 e 2022).
Em 2010, 2018 e em 2022, o jogador do Chelsea parou nas quartas de final, caindo para Holanda, Bélgica e Croácia, respectivamente. Em 2014, o Brasil chegou à semifinal, mas deu adeus de forma traumática após perder por 7 a 1 em casa para a Alemanha (Thiago Silva não jogou pois estava suspenso). Nesta mesma Copa, foi muito criticado após o Brasil eliminar o Chile nos pênaltis e ele cair no choro. Foi taxado e fraco para a posição de capitão da equipe.
Atualmente com 38 anos, o zagueiro dificilmente disputará o próximo Mundial, em 2026. Na ocasião, ele terá 41 anos e, por mais que siga jogando, pode dar espaço a uma nova geração que conta com Militão e Bremer, que já estiveram no grupo convocado em 2022, além de dificilmente ainda estará atuando em alto nível para a disputa de um Mundial.
Confira abaixo, na íntegra, o depoimento de Thiago Silva sobre a frustração pela eliminação do Brasil na Copa do Mundo:
“Não faço ideia de quantas vezes pensei e tentei escrever algo sobre o que vivemos nesta Copa, confesso que a eliminação sofrida e da forma como aconteceu ainda é muito difícil de ser aceita e compreendida.
THIAGO SILVA
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, a minha família, a minha esposa, aos meus filhos, a equipe de profissionais que estão comigo a cada dia, me capacitando e colaborando para viver e realizar o sonho de continuar jogando em alto nível .
O sonho de menino em me tornar um jogador de futebol e conseguir concretizar esse sonho, com certeza sempre me dará alegrias e realizações e acredito que também para aqueles que gostam de mim e do meu trabalho.
Porém, quando fiz a opção em seguir nesta carreira, sempre tive ciência do que os resultados proporcionam e sem dúvida, sempre trabalhamos pensando na vitória, na conquista, mas a derrota também faz parte deste contexto e algumas ultrapassam como o resultado final desta nossa trajetória, fazendo que eu e meus companheiros, assim como o torcedor brasileiro, enfrentemos e enfrentaremos não sei por quanto tempo, uma cicatrização bem difícil de ser realizada.
Das entrevistas após o jogo contra a Croácia até o dia de hoje, sigo com meu coração sangrando, mas passados alguns dias, tenho a convicção de que fizemos um trabalho digno e compromissado. Todos nós, jogadores, comissão técnica e staff.
Talvez, não tenha o direito de lamentar por muito tempo, pois nem em meus melhores sonhos na infância nunca pensei que chegaria aqui, sendo “presenteado” com quatro copas do Mundo, tendo a dádiva de usar e defender a camisa mais pesada do mundo. Não consigo imaginar maior orgulho que esse em minha profissão. Afirmo, é e sempre será o meu maior orgulho!
Agradeço também aos torcedores que lá estiveram, assim como no Brasil e nos apoiaram a todo tempo. Sigam apoiando e acreditando na seleção brasileira, que também segue em meu coração, tendo um lugar mais do que especial, durante toda a minha vida!”