Paysandu Sport Club, conhecido como Papão da Curuzu, é um dos clubes mais tradicionais do Norte brasileiro. A história do Paysandu teve início a mais de um século e já viveu momentos memoráveis em diversos esportes, já que o clube é uma agremiação poliesportiva.
O time tem sua sede localizada na cidade de Belém, capital do estado do Pará. Apesar de contar com diversas modalidades dentro da instituição, a história do Paysandu é mais conhecida pelos seus feitos no futebol.
O Alviceleste é o clube que mais possui títulos da região Norte do país, sendo uma Copa dos Campeões, duas séries B, uma Copa Norte, três Copas Verde e 49 Campeonatos Paraenses.
Além disso, o Lobo Mau conta com um título moral que nenhum outro clube do Norte possui até hoje: disputar a Taça Libertadores da América. Todos esses capítulos da história do Paysandu fazem o torcedor se apaixonar pelo Papão da Curuzu.
Para se ter uma ideia de sua representatividade, estudos mostram que o Paysandu possui uma das 20 maiores torcidas do Brasil. Na lista, o clube se encontra na 19° posição, contando com cerca de 1 milhão e 200 mil torcedores.
Sem mais delongas, conheça a história do Paysandu Sport Club, um dos times mais tradicionais do Norte brasileiro.
Sumário
O começo da história do Paysandu
A história do Paysandu Sport Club começou no dia 2 de fevereiro de 1914, após uma briga interna da diretoria da Liga Paraense de Foot-Ball (atual Federação Paraense de Futebol), devido a decisão de não anular a partida entre o Norte Club e Guarany, que foi realizada no dia 15 de novembro de 1913.
A partida terminou com o empate entre as duas equipes, o que dava assim o título da Liga Paraense ao Grupo do Remo, atualmente conhecido como Remo. Naquela temporada, o Norte Club possuía uma ótima campanha no campeonato estadual, entretanto, precisava de uma vitória diante do Guarany para se manter vivo na disputa do título.
O jogo terminou com o placar de 1 a 1 e, com muitas polêmicas na arbitragem, o elenco do Paysandu iniciou protestos de imediato para a anulação da partida. Porém, a diretoria da Liga entendeu que o protesto era improcedente e acabou negando o pedido do clube.
Insatisfeitos com a decisão da liga, a diretoria do Norte Club iniciou um movimento, liderado por Hugo Manoel de Abreu Leão, para a fundação de um novo clube, a fim de enfrentar em condições igualitárias seus adversários.
Tendo o conhecimento dessa movimentação, a diretoria do Grupo do Remo procurou persuadir Hugo e seus apoiadores a mudarem de ideia e desistirem do novo projeto, tentativa que veio a falhar.
No dia 1 de fevereiro de 1914, foi divulgado no jornal “O Estado do Pará” uma convocação para a reunião de fundação de um novo clube esportivo. A chamada surtiu grande efeito, atraindo o interesse de diversas pessoas.
Às 8 horas da noite, cerca de 42 desportistas estavam presentes na primeira reunião da história do Paysandu. Grande parte dos atletas faziam parte do elenco do Norte Club, outros vieram de outras agremiações, como do Internacional Sport Club.
Os votos foram unânimes para a decisão de Hugo Leão conduzir a primeira reunião do novo clube. Sua primeira proposta como líder foi nomear o novo clube de “Paysandu Foot-Ball Club”, a escolha do nome tem um motivo histórico por trás.
No dia 2 de janeiro de 1865, na cidade de Paysandu, Uruguai, aconteceu um dos episódios mais marcantes e sangrentos da história da América Latina chamado de “A Tomada de Paysandu”. Que contou com a participação de tropas e esquadras brasileiras.
Outra grande decisão foi a eleição de Deodoro de Mendonça como primeiro presidente oficial da história do Paysandu. A segunda reunião aconteceu no dia 10 de fevereiro, nela, o número de sócios ligados ao clube aumentou para 100 membros, que foram considerados sócios fundadores.
A bola rola para o Papão da Curuzu
Foi em uma tarde de domingo, 14 de junho de 1914, inauguração do campo da firma Ferreira & Comandita que, atualmente, pertence ao Paysandu Sport Club, mas está completamente diferente de como foi inaugurada na época.
A torcida estava em massa, não haviam espaços nas arquibancadas para acompanhar aquele que seria o primeiro jogo da história do Paysandu. A madrinha Mille Isolina Coutinho, batizou o campo com champanhe.
Após toda a abertura, a bola rolou para o início do Campeonato Paraense de 1914, o primeiro Paysandu x Remo da história do futebol nacional. O Dr. Deodoro de Mendonça, representando o Independente de Belém, deu o pontapé inicial.
O resultado foi a melhor do time rival pelo placar de 2 a 1, entretanto, no ano seguinte o Paysandu começou a mostrar sua força, e não parou mais de colecionar títulos e vitórias.
O clube de Suiço
A história do Paysandu também é muito conhecida por conta do apelido “O Clube de Suiço”. Ainda hoje, às vezes, é chamado por este nome, tudo isso graças a Antônio Barros Filho, que foi um dos grandes jogadores que o Pará já teve.
Dizem que Antônio teve seu primeiro contato com a bola de futebol na Suíça, enquanto estudava por lá, daí surgiu o apelido “Suiço”. Nascido em 1899 no Pará e morreu, ainda moço, 23 anos, a 2 de julho de 1922. Jogava com eficiência em qualquer posição, mas destacava-se como lateral esquerdo ou meia-atacante.
O primeiro clube brasileiro de Suiço foi, na verdade, o Guarany Football Club. Na temporada de 1914, o jogador disputou pela primeira vez uma partida contra o Paysandu, onde sofreu uma dura derrota de 4 a 1. No fim desse mesmo ano, Antônio passou a ser jogador do Alviceleste.
A estreia de Suiço vestindo as cores do Paysandu aconteceu no dia 31 de janeiro de 1915. Atuando na meia-direita, o jogador liderou o grupo para uma belíssima vitória diante ao seu maior rival, o Remo, pelo placar de 2 a 0.
Estreia na Libertadores
Um dos maiores momentos da história do Paysandu foi a grande estreia do clube na Conmebol Libertadores. Este feito tornou o Papão do Curuzu o único clube da região Norte do Brasil a disputar um torneio internacional.
Além disso, o clube conseguiu fazer um feito que poucos clubes brasileiros tem em sua trajetória do futebol, uma vitória diante do Boca Juniors em plena Bombonera.
Essa é apenas mais uma das provas que a história do Paysandu tem que ser respeitada no futebol nacional.