Após um período movimentado de transferências no verão passado, vários jogadores profissionais de futebol fizeram suas malas e se mudaram para ligas como a da Arábia Saudita. O motivo? Estritamente econômico. Os salários prometidos nessas regiões estrangeiras não seriam facilmente encontrados na Europa.
O mais curioso é que, historicamente, essa decisão sempre foi tomada por jogadores procurando um “retiro dourado” para o crepúsculo de suas carreiras. México, Japão e China foram escolhas semelhantes no passado. Mas nem todos se enquadram neste perfil… e muitos já estão procurando desesperadamente retornar à sua antiga vida, fugindo de um país e de um futebol tão diferentes.
Jordan Henderson: Um caso emblemático
O caso de Jordan Henderson é um dos mais evidentes. O jogador internacional inglês foi fortemente criticado por se mudar para o Al-Ettifaq no verão passado, deixando o Liverpool por 14 milhões de euros, valor acima do seu valor de mercado aos 33 anos. Ele assinou um contrato até 2026, ganhando aproximadamente 350.000 libras por semana – um cheque muito desejado.
Entretanto, o veterano meia inglês logo percebeu que o dinheiro não é tudo. Segundo diversos meios de comunicação do país, a primeira coisa que Jordan fez ao chegar à Arábia foi concordar com o clube em adiar seu pagamento até o próximo ano fiscal.
Em outras palavras, ele não receberá seu salário até o início de 2024, mesmo tendo se mudado para a Arábia em julho. A razão para isso é evitar o pagamento de certos impostos, já que a pressão fiscal na Inglaterra é maior e a diferença é notável.
A pressão intensa e retomada à Europa
A pressão sobre Henderson depois de anunciar sua partida da Premier League foi intensa em seu novo clube na Arábia Saudita. Tanto o ambiente quanto o treinador, Steven Gerrard, colocaram muita pressão sobre ele, agravando a situação de um time medíocre em uma liga medíocre.
A situação na tabela da liga é péssima, muito longe das equipes do topo. O nível de jogo era mais semelhante ao da League One (terceira categoria) na Grã-Bretanha e isso também estava afetando Henderson mentalmente, ao ponto de pedir para sair.
Agora, alguns meses depois, ele conseguiu sua liberdade para voltar à Europa, com o Ajax sendo seu destino. O clube de Amsterdã não vai pagar nada por ele nem vai igualar seu salário exorbitante, mas vai lhe dar a oportunidade de conhecer um novo campeonato em um clube histórico e manter viva a chance de disputar a próxima Eurocopa.
O custo da liberdade
Entretanto, essa mudança virá com um custo econômico para Jordan Henderson. Ele terá que abrir mão de todo o seu salário no Al-Ettifaq. E quando dizemos tudo, queremos dizer tudo, desde sua chegada em julho até sua saída neste mês de janeiro.
Estamos falando de uma retenção acumulada de mais de 9,8 milhões de euros (R$50 milhões), de acordo com informações publicadas no The Telegraph. Além disso, a imprensa inglesa também informa um pagamento extra de cerca de 4,5 milhões de euros (R$22 milhões) pela sua liberdade, correspondendo aos cerca de 14 milhões que o clube árabe pagou ao Liverpool por seus serviços. Este é o preço de sua liberdade … e de sua ganância.