Se você tem 60 ou mais certamente se lembra da grande lambança que ocorreu no Campeonato Paulista de 1973, há exatos 50 anos. O torneio ficou marcado por um caso bizarro e ainda inédito na história centenária do Paulistão, considerado o campeonato estadual mais forte do Brasil. Na ocasião, dois times se sagraram campeões. Entenda a confusão!
O caso inusitado foi originado por uma lambança do então árbitro Armando Marques, que comandou a final entre Santos x Portuguesa. Os times jogaram a decisão no Morumbi e empataram por 0 a 0 no tempo normal – o marcador persistiu zerado na prorrogação, e a decisão ficou para os pênaltis pela 1ª vez na história do Campeonato Paulista.
O problema é que o juiz literalmente bugou em meio aos chutes dos jogadores, encerrando o duelo quando o Santos de Pelé fez 2 a 0 e viu a Portuguesa errar três chutes. Armando Marques simplesmente não percebeu que outros dois atletas da Lusa estavam aptos para bater e consagrou a equipe do litoral como campeã da edição em questão.
A situação piorou porque os atletas da Lusa desceram para o vestiário resignados com o vice e deixaram, pouco depois, o Morumbi. Enquanto isso, o clima era de comemoração entre os santistas. Minutos depois, o árbitro notou o erro e tentou chamar os jogadores de volta ao gramado, mas não encontrou ninguém da equipe derrotada no estádio.
Solução para não “melar” o Campeonato Paulista foi dividir o título
Diante do impasse, a Federação Paulista de Futebol (FPF) organizou uma reunião e declarou as duas equipes como campeãs – o Santos, que queria apenas continuar os pênaltis em uma outra data, aceitou dividir o título porque a Portuguesa ameaçou anular todo o jogo. Aquela foi a última conquista da Portuguesa na elite estadual. O Santos, por outro lado, venceu o Paulistão em nove oportunidades de lá para cá se consolidando como um dos gigantes do estado de São Paulo.