No mundo dos esportes, poucas coisas são tão marcantes – e potencialmente devastadoras – quanto um erro crucial em um momento decisivo. O goleiro Alexandre Cajuru, de 31 anos, vivenciou essa situação e a consequente chacota em 2020, quando defendia o CSA. Agora, a Rede Globo, um dos maiores veículos de transmissão do esporte no Brasil, foi condenada por ter explorado excessivamente esse momento.
Durante uma partida contra a Ponte Preta pela Série B, Alexandre Cajuru acabou levando o que é popularmente conhecido no meio futebolístico como um “frango”. A falha, que se referiu ao goleiro permitir que a bola passasse por entre as pernas e se direcionasse ao gol, acabou sendo um momento de grande destaque – negativo – na carreira do atleta.
A Globo, por meio do canal fechado SporTV, exibiu o erro de Cajuru mais de 4 mil vezes, segundo o processo. A emissora criou um quadro chamado “Os vacilos dos goleiros do Brasileirão”, que inusitadamente destacava majoritariamente falhas dos goleiros Alexandre Cajuru e de Anderson. Esse quadro exibiu repetidas vezes as falhas desses goleiros, criando assim um espaço para ridicularização dos profissionais.
As Consequências do Caso
A constante exibição da falha de Cajuru levou um grande impacto na carreira do goleiro. Cajuru acredita que essa exposição foi um fator que influenciou na sua dificuldade de recolocação em outros clubes relevantes da Série A. Atualmente, Cajuru está aposentado.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, em uma decisão do dia 11 de outubro, condenou a Globo a pagar uma multa de R$ 30 mil em indenização por danos morais ao goleiro Alexandre Cajuru. A emissora tem o direito de exibir o que quiser, porém, a legislação prevê a indenização quando a transmissão televisiva é apontada como excessiva e caracterizada de abuso de direito.