A TV Globo tem sofrido uma série de perdas esportivas nos últimos anos que acenderam um sinal de alerta na emissora carioca. A Globo dessa década é muito diferente daquela emissora que gastava rios de dinheiro para manter a exclusividade sobre todos os mais variados eventos esportivos mesmo sem transmiti-los.
Sem os campeonatos estaduais, a Sul-Americana, o UFC, a Champions League, a Série B e os eventos de alta velocidade, como a Fórmula 1 e a Stock Car, entre outros, o canal resolveu concentrar seus investimentos no Brasileirão, Libertadores da América, Copa do Brasil, Olimpíadas e na Copa do Mundo de 2026, a qual já adquiriu os direitos, mas sem exclusividade.
Mas, até o início do mundial a ser realizado nos Estados Unidos, Canadá e México, a Globo precisa negociar e se acertar com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a respeito dos direitos de transmissão dos amistosos da seleção brasileira nos próximos anos. A emissora tem interesse e é favorita na disputa, mas enfrentará alguns concorrentes.
A Band, através da Brax, e o SBT, acenaram com interesse no pacote, a exemplo de Disney e Paramount no cabo. No último sábado (25), como se sabe, o canal da família Saad transmitiu o primeiro amistoso do Brasil em 2023 e ficou na vice-liderança isolada, atrás apenas da Globo. Foram 12 pontos contra 17.
Como a Globo observa a movimentação no mercado
De olho no potencial dos amistosos, o canal carioca se movimenta para não perder o negócio. Além da parceria de anos com a CBF, a Globo tem como trunfo o seu alcance infinitamente maior em relação às adversárias, além do apoio de marcas poderosas.
O estrago do último amistoso, quando o Brasil perdeu para o Marrocos por 2 a 1, é algo que incomoda a emissora, tal e qual quando perdeu a Libertadores e a Copa América para o SBT. Não que os gastos absurdos do passado serão retomados, muito pelo contrário, o processo de cortes segue em curso, mas o canal age para evitar que a concorrência consiga armas poderosas. A bola está em jogo.