A maré parece não estar para peixe na Vila Belmiro. Em dificuldades financeiras, o Santos retomou os trabalhos na última segunda-feira, 9 de janeiro, com uma surpresa super desagradável aos seus funcionários. O clube vem mandando cortar refeições no Centro de Treinamento e criou um desconforto interno, que fez o elenco pedir uma conversa com a comissão técnica e a diretoria de futebol.
Neste início de ano, por ordem da gerência administrativa, o Santos restringiu o café da manhã dos funcionários e os separou por turnos, distinguindo a refeição dos jogadores para o restante dos trabalhadores, que agora precisam comer mais cedo e apenas pão, leite e manteiga.
Já os atletas podem se alimentar de forma mais reforçada, com ovos, frutas, suco e outros nutrientes, e em horários diferentes dos funcionários, sem a possibilidade de terem qualquer tipo de contato entre eles, diferentemente do que ocorria anteriormente.
Recentemente, inclusive, dois atletas chegaram uma hora antes do treino e foram surpreendidos com apenas pão e manteiga para comer. Foi a gota d´água para o elenco cobrar a diretoria de futebol pelo excesso de economia em todos os departamentos. Diárias em viagens também haviam sido cortadas dos funcionários.
Assim, os cortes geraram revolta dos próprios jogadores, que foram conversar com o técnico e a diretoria, que prometeram cobrar o gerente administrativo Vicente Salvador, autor das medidas de economia. Assim, o ambiente nos bastidores do Santos começou desconfortável nesta temporada.
Segundo funcionários, todos os setores foram prejudicados com a medida, desde roupeiros, massagistas, seguranças, fisioterapeutas e até membros auxiliares à comissão técnica, que fazem parte do dia a dia do futebol do clube. Já setores de limpeza e manutenção não têm sequer mais direito à refeição.
A atitude da diretoria vai ao encontro do que o Santos já vinha adotando recentemente. Há algum tempo, o clube passou a fazer os funcionários pagarem pela própria alimentação, o que já havia gerado incômodo e surpreendeu os técnicos que passaram pelo clube, pois é comum quem faz parte do futebol participar das refeições junto ao elenco. O jantar também foi cortado. Isso obrigou muitos funcionários, que antes comiam de graça no CT, a saírem para almoçar em casa para economizar, já que os gastos com refeições no clube seriam mais elevados.
O Santos foi procurado para comentar as informações, mas não quis se manifestar. Posteriormente, enviou uma nota, que está reproduzida abaixo, na íntegra:
“O Santos FC esclarece que houve apenas um acerto de horários para todos os profissionais que trabalham no CT Rei Pelé, alinhado entre a gerência administrativa e a coordenação de esportes do Clube. Os jogadores realmente têm um horário diferenciado de alimentação e têm suplementação individualizada, conforme sua carga necessária. Não houve intenção de economia, muito menos crise interna. Apenas ajustes de horários para um melhor fluxo para os jogadores, que têm cronogramas específicos de treinos e nutrição”.