Gigante brasileiro já perdeu para time de motoristas e cobradores

Nessa época de pré-temporada, às vésperas do início dos campeonatos estaduais, é comum na preparação dos clubes a realização de amistosos e jogos-treino com o objetivo de entrosar o elenco – muitas vezes bastante modificado em comparação à temporada anterior. Mas o que deveria servir para entrosar e fortalecer a equipe, por vezes vira motivo de dor de cabeça, preocupação e cobranças. E tem muito gigante brasileiro que já caiu nessa “armadilha”.

Em 2005, às vésperas do início do Campeonato Carioca, o Vasco recebeu para um jogo-treino um time amador do Rio de Janeiro, formado por motoristas, cobradores e fiscais de ônibus da empresa Breda. Os “jogadores”, alguns bem acima do peso, trabalhavam no transporte urbano durante o dia e se reuniam apenas uma vez por semana para treinar à noite.

E o que era para ser um jogo-treino fácil, para o time golear e recuperar a confiança, afinal, o ataque do Vasco atravessava o maior jejum do Campeonato Brasileiro, há 217 minutos sem marcar. Mas o que se viu em São Januário naquele dia foi um show de horror.

Renato Gaúcho, técnico do Vasco à época, escalou a força máxima, o time que colocaria em campo dias depois, contra o Palmeiras. Estavam lá: Roberto; Wagner Diniz, Vergara, Fábio Braz e Diego; Ygor, Amaral, Abedi e Morais; Alex Dias e Romário.

Como foi o jogo-treino que envergonhou torcedores do Vasco em 2005

Nos primeiros minutos, tudo bem. O Vasco pressionava, o adversário nem passava do meio-campo. Veio a primeira… a segunda… a terceira chance. O gol parecia questão de tempo. Parecia… Porque ele passava e nada de a bola entrar. Renato Gaúcho cruzou os braços. Ficou irritado. O time perdia gols na mesma velocidade que o treinador coçava a cabeça.

O sofrimento parecia acabar aos 29 minutos. Pênalti para o Vasco. Romário pegou a bola, deu a paradinha pedida por Renato Gaúcho e chutou… no travessão. O Breda Rio, então, resolveu dar uma mãozinha. Aos 42 minutos, o zagueiro Burunga resolveu fazer gol contra.

Mas o treinador vascaíno não estava satisfeito. Queria que seus jogadores marcassem, pelo menos, um gol. Afinal, estavam enfrentando um time de amadores, e não, o Palmeiras. Por isso, estendeu o primeiro tempo. Em vez de 45 minutos, deixou rolar até os 60 minutos. Não adiantou. A pedido dos jogadores do Breda Rio, já exaustos, teve que encerrar.

Para a alegria de cerca de 30 torcedores, todos parentes e amigos dos motoristas, cobradores e fiscais do Breda Rio, o jogo-treino terminou apenas 1 a 0 para o Vasco.