Galvão Bueno é a nova sensação da internet. E olha que ele ainda nem “estreou”, de fato, como youtuber, digamos assim. Mas o ex-narrador da Globo é o assunto do momento, com sua estreia marcada para este sábado (25), na transmissão do amistoso entre Brasil e Marrocos, o primeiro da seleção brasileira após a Copa do Mundo Catar 2022. Em entrevista ao podcast “Flow Sport Club” na última quinta-feira (23), Galvão Bueno foi sincero ao falar sobre Globo, Tite e o futuro técnico do Brasil.
Confira alguns tópicos da entrevista concedida por Galvão Bueno
Chateação com a Globo: “A Globo não gostou muito (transmissão de jogo da seleção brasileira em canal no Youtube), mas o que eu posso fazer? E ainda tenho contrato com a Globo. Só fiquei chateado com a proibição do Arnaldo [Cesar Coelho] participar comigo. O Arnaldo não tem mais contrato com a Globo desde 2018, mas ele tem uma televisão que é afiliada. No contrato lá de trás, não pode participar de nada sem aprovação e depois as coisas mudaram, mas o contrato dele tem 32 anos. Não sei o que houve. Ficaram chateados”.
Críticas a Tite: “Com a Croácia, que tem um time envelhecido, sabendo como eles jogam, com o Modric e mais três ou quatro caras no meio de campo que ficam tocando bola, o Tite monta um time que o Casemiro ficou igual um doido correndo no meio deles. Era proibido perder. Me lembro do Roque Júnior falando para mim e para o Júnior que achava que o Richarlison sentiu algo no aquecimento. No intervalo, ele voltou com uma coxeira. Por que demorou tanto para sair? O Danilo, que não é lateral e sim zagueiro na Juventus, foi ser lateral-esquerdo. Quando saiu o Militão e o Danilo veio para a direita, ele não aguentava nem mais andar. O Paquetá estava mal, o Rodrygo tinha que entrar. Não se tira o Vini Jr com 15, 20 minutos de jogo no segundo tempo em uma partida que você precisa ganhar. Só se ele não conseguisse mais andar. Em um lance ele decide o jogo. Na prorrogação, entrou o Fred, mas qual o motivo de não entrar o Fabinho junto e fechar de uma vez? Acabou o jogo, fura a bola, cai no chão. Ele [Tite] me decepcionou muito nesse jogo. O pior para mim foi acabar o jogo e o Tite ir para o vestiário e deixar essa geração chorando dentro de campo. O que é isso?”.
Mourinho na seleção: “Eu só não quero o Mourinho, o Mourinho tem uma carreira belíssima, mas o Mourinho é retranqueiro, cara. Não me agrada, não sei de onde apareceu o nome dele como segunda opção. Que a primeira do Ancelotti, até mais ou menos sei. O primeiro cara a falar fui eu [do Ancelotti], na Copa do Mundo.”
Fim da Central do Apito: “Terminaram com a Central do Apito, eu nunca fui muito favorável. Eu acho que o juiz tem que estar no jogo [na cabine, durante a transmissão]. Nos meus jogos, eu sempre continuei conversando com o árbitro, como fiz com o Arnaldo [Cezar Coelho] o tempo todo. Mas eles são extremamente competentes e fizeram um trabalho bem feito. Agora fica o PC [Paulo César de Oliveira] para participar dos programas. Mas nas minhas transmissões, com o Salvio, com o Sandro, com o PC, sempre foi no papo.”
Briga com Pelé: “Tem aquela história do ‘vou dar uma marretada na cabeça do Pelé’. Aquilo vazou, foi na Copa do Mundo de 1994. Começaram a me encher o saco no ouvido que ele estava falando muito… mas ele é o Pelé. Desliguei até o microfone. Vazou aquilo, pegaram aquilo fora do contexto, mas sempre tivemos um carinho e uma amizade muito grande.”
‘Cala a boca, Galvão’: “Foi na abertura da Copa de 2010. Eu falo para caramba mesmo. Fui dormir naquele dia e não sabia disso. Cheguei na redação no outro dia e pensei ‘me ferrei, vai começar a Copa, o que vamos fazer?’. Todos nós [equipe da Globo] falamos ‘vamos levar na sacanagem’. A primeira coisa que eu tinha que fazer era interagir em um programa com o Tiago Leifeirt. Ele soltou ‘cala a boca, Galvão’ e eu respondi ‘cala a boca p**** nenhuma’. Isso viralizou e as pessoas [de fora do Brasil] queriam saber o que dizia isso. Um cara disse que era uma expressão utilizada em uma campanha para a salvação de um pássaro que estava em extinção. Genial. Aí que eu falei que não ia parar de falar porque estava ajudando a salvar um pássaro”.