O eterno “Rei de Roma”, o homem que fez até o Papa interceder para que não fosse vendido, um dos símbolos da elegância do futebol brasileiro. Paulo Roberto Falcão, ídolo de Internacional, Roma e da Seleção Brasileira imortal de 1982, mesmo com tantas conquistas a serem ditas e festejadas, possui uma mácula na sua carreira: a não convocação para a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, por Cláudio Coutinho.
Em 1977, o Internacional desfilava seu futebol pelo Brasil como atual bicampeão brasileiro, e Falcão era o comandante técnico daquele time. Agregando técnica, domínio de meio-campo, força e muitos gols, o meia era nome certo em todas as listas de convocação de técnicos da Seleção Brasileira.
O que aconteceu em 1978?
No meio desse período dominante do Internacional, campeão brasileiro em 1975, 1976 e 1979 (este, de forma invicta – único time brasileiro da história a vencer a competição sem perder nenhum jogo) com Falcão sendo seu grande destaque, suas seguidas não convocações suscitavam dúvidas entre a torcida e imprensa, na época.
Falcão, em entrevistas recentes, evita falar muito sobre o assunto. Em conversa com o ex-companheiro (de Seleção e de profissão, como comentaristas) Walter Casagrande Jr., o Rei de Roma deixa escapar que sua não ida à Copa de 1978 teve motivação política. Figura ativa nas discussões políticas brasileiras, Paulo Roberto Falcão ficou de fora da Copa por se colocar em posição aposta ao regime da Ditadura Militar brasileira, num período ainda sobe a regência do AI-5 e de muita repressão, por parte dos militares.
Quem perdeu foi a Copa
Uma primeira oportunidade, com mais vigor físico, para Paulo Roberto Falcão desfilar seu talento foi, portanto, perdida, em pela América do Sul. A história, nebulosa e sem um final “concreto”, vai ficar sempre no imaginário dos torcedores: qual seria o final, se o melhor jogador do Brasil em 1978 tivesse ido pra Copa? Só nos resta imaginar.