Lembra do ex-atacante Lê? Muito lembrado por sua passagem pelo Flamengo, na qual marcou o gol do título da Copa Mercosul de 1999, ele detonou o rubro-negro e destacou que a falta de evolução da equipe é o fato mais preocupante no momento.
“O mais complicado de tudo é que a gente, jogo a jogo, não vê a melhora”, disse Lê em entrevista recente. Para o ex-atacante, além da ausência de melhora, a falta de um camisa 5 desde a saída de João Gomes, negociado com o Wolverhampton, da Inglaterra, prejudicou o sistema defensivo.
“Todos os times do Brasil estão movimentando para melhorar e a gente está sentado naquele passado de 2019. Eu estou vendo que o Flamengo é um time de milhões, mas dentro de campo está sentado no que fez. Fica complicado. A gente não tem um 5, a gente precisa de um volante pegador. Mas, para trás, não sei se é preguiça, não sei o que acontece que a gente não consegue fazer 90 minutos da mesma forma em relação a sistema defensivo. A gente vê times de pegada, correm em dobro. Se não fizer um ou dois a zero no início de jogo, a gente vai sofrer. A gente perdeu o João. Era para segurar até o Mundial, até o meio do ano. Ele joga 15, 20 minutos por jogo no Wolverhampton. Fico vendo os jogos dele, troco mensagem com ele, último jogo não jogou”, começou por afirmar.
“Ia ajudar a gente para caramba até o meio do ano, até valorizar mais, e a gente perde o cara, desmorona o time, desconfigurou o time”, completou o ex-atacante Lê.
Lê também criticou as férias longas do Flamengo
O Flamengo saiu de férias no dia 14 de novembro e retornou às atividades no dia 26 de dezembro. Ao todo, foi um período de 42 dias que custou muitas críticas dos torcedores. Após o período paralisado e recesso de fim de ano, o elenco se reapresentou no dia 3 e iniciou a ‘era Vítor Pereira’.
Desde então, foram 25 dias até a primeira decisão. Pela Supercopa do Brasil, no dia 28 de janeiro, o clube carioca foi derrotado pelo Palmeiras por 4 a 3, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O tempo parado também foi alvo de críticas de Lê. Para o ex-atacante, as férias prolongadas darão ainda mais ‘dor de cabeça’ à equipe que tenta voltar aos trilhos em meio à grande pressão feita pela torcida.
“Esse ano a gente pensou que ia melhorar, aí eles dão 50 dias de férias, essas férias que não entendi nada. Ninguém tem 50 dias de férias, jogador tem no máximo 25, 30 dias. Volta para o Mundial, dá férias longas e se prepara mal. Uma coisa acarreta outra. Agora, voltar ao caminho das vitórias vai demorar”, disse, antes de questionar o que deve ser feito para a ‘chave virar’.
“Se soubesse qual o antídoto, eu falaria. Passei por momentos muito difíceis, porque, na verdade, tive momentos de alegria, mas minha vida em relação a Flamengo, desde quando subi aos profissionais, eram momentos difíceis. Teve Campeonato Carioca, Mercosul, mas a realidade era brigar para não cair, meio de tabela, sem estrutura nenhuma. Agora que eles têm a faca e o queijo na mão para fincar o nome… querendo ou não eles já ganharam muita coisa, ganharam tudo. Não sei se é a hora de reformular, de novos ares para alguns. Temos que saber o que vai acontecer, mas a gente não sabe, a chave não vira. Os caras não dão sinal de melhora, isso que é o mais preocupante”, finalizou.