Ao analisar de onde Bernardo Silva tem jogado nos últimos anos, pode-se ter uma impressão enganosa. Usualmente jogando como meio-campista central (No 8), Bernardo tem sido posicionado como ponta esquerda e direita, como volante e até mesmo como lateral-esquerdo.
Por essa variedade, pode-se esperar um atleta que seja bem-sucedido em muitas funções: um gigolô da bola, um bom jogador de equipe, um James Milner. Mas a verdade é uma surpresa: Bernardo Silva é um dos melhores jogadores técnicos da Premier League.
Entretanto, Bernardo não é um jogador completo. Ele não tem a presença física de um Erling Haaland. Ele não é tão incisivo quanto um Kevin De Bruyne. Até mesmo Pep Guardiola refugaria a ideia de colocá-lo como zagueiro, como faz com Rodri. Em termos de contribuições chamativas, os números de Silva cairam este ano. Ele tem driblado menos, chutado menos.
Mas ao se tratar de inteligência, adaptabilidade e consistência, Silva iguala qualquer um. Nessa temporada, ele pode se destacar. Incomum aos 15 anos de gerência de Guardiola, o meio de campo tem sido uma zona de dificuldades nessa temporada.
Começando com a saída de Ilkay Gundogan, que foi um grande golpe, e se agravando quando Kevin De Bruyne se machucou na abertura do campeonato, ficando fora desde então, e quando Rodri foi suspenso contra o Nottingham Forest, deixando-o de fora na partida contra o Arsenal. Apesar dos novos integrantes Mateo Kovacic e Matheus Nunes terem se saído razoavelmente bem, o City conseguiu se manter graças a Silva.
Essa não é a primeira vez que Silva joga prolongadamente como um meio-campista central (No 8), mas é provavelmente a primeira vez que parece que o meio de campo está girando em torno dele. Silva carrega a responsabilidade de prover as qualidades que o belga costumava trazer. No jogos contra Manchester United e Liverpool, isso envolveu muitas corridas de De Bruyne no canal.
Como é a atuação de Bernardo Silva no campo?
Contra o Arsenal, com a ausência do Rodri, Silva jogou como volante, apoiando a defesa. Desempenhou o papel de maneira inteligente, mantendo a distribuição simples e ajudando o City a ganhar controle. E numa disputa emocionante 4-4 com o Chelsea, um jogo todo sobre quem poderia resistir e quebrar a pressão do adversário, foi Silva quem melhor lidou com a bola sob pressão, recebendo-a em movimento e avançando para o ataque.
Enquanto Silva não esteja obtendo números de contribuições de encher os olhos, o que ele está fazendo melhor? Bem, jogando mais regularmente no meio de campo significa que ele está progredindo a bola muito mais do que nos anos anteriores, ajudando sua equipe a avançar cerca de 200 metros por jogo. Afinal, com sua técnica de excelência e versatilidade para jogar em várias funções, ele é resiliente o suficiente para jogar semana após semana com poucos problemas de lesões.