O torcedor mais atento já deve ter percebido algo incomum em alguns jogadores neste início de Copa do Mundo e que tem chamado a atenção: atletas estão entrando em campo com os meiões cortados ou com buracos. Mas isso não é desleixo, tampouco resultado de alguma entrada violenta. Trata-se de uma prática para reduzir a pressão do tecido elástico contra os músculos da panturrilha.
Nas redes sociais, muitos torcedores se surpreenderam com as meias rasgadas de jogadores como Saka e Bellingham, durante a goleada da Inglaterra sobre o Irã por 6 a 2, nesta terça-feira, 21 de novembro.
O camisa 17 da Inglaterra, por exemplo, furou a meia em dois pontos, nas partes alta e baixa da panturrilha. Além de despressurizar a região, isso também ajuda tanto na circulação do sangue quanto a dar um respiro à pele. Tudo para jogar da forma mais confortável possível.
E a prática não é novidade, mas em Copa do Mundo tudo ganha uma dimensão muito maior. O próprio Saka já vinha rasgando o meião nos jogos do Arsenal. Outros jogadores desde Gareth Bale até Neymar já fizeram o mesmo.
Entrar em campo com o meião rasgado ou furado ajuda mesmo ou é mito?
Do ponto de vista médico, não há evidências científicas de que furar as meias traga alguma melhora no desempenho dos atletas, segundo explicou o cirurgião vascular Fabio Rossi, presidente da SBACV-SP (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, da Regional de São Paulo), em entrevista ao portal UOL.
A compressão elástica trazida pelo tecido pode ajudar a compensar uma parte do aumento de fluxo sanguíneo provocado pela prática esportiva. Então, segundo Rossi, o meião poderia aliviar dores e inchaços após as partidas, ajudando na recuperação do atleta.
Embora ainda não haja pesquisas sobre o assunto, a experiência do dia a dia desses atletas parece mostrar que o tecido do meião ainda não oferece as condições ideais para que eles deem o seu melhor em campo.