O São Paulo enfrenta o Tigre, em Buenos Aires, nesta quinta-feira (06), na sua estreia na edição 2023 da Copa Sul-Americana. A bola vai rolar às 21h (de Brasília), e o time argentino foi o adversário do Tricolor na tumultuada decisão, desta mesma competição, em 2012. E os torcedores da equipe argentina sente revolta daquela final até os dias atuais.
Por conta da revolta que gera até os dias de hoje aos adeptos do Tigre, o São Paulo trata esse duelo como de alto risco. A partida em questão, ocorreu em 2012, pela final da Copa Sul-Americana daquele ano, no Morumbi. O Tricolor foi para o intervalo vencendo os argentinos por 2 a 0, antes que todo o tumulto da decisão começasse.
Entenda o tumulto gerado na final de 2012
A equipe do São Paulo arrancou um empate no Bombonera, por 0 a 0, no jogo de ida; enquanto na partida de volta, as equipes se enfrentaram no estádio do Morumbi. Nos primeiros 45 minutos de jogo, o Tricolor fez 2 a 0 nos argentinos, encaminhando a conquista do torneio. Mas a partida foi interrompida no intervalo, após uma briga que envolveu os atletas do Tigre contra os seguranças e jogadores são-paulinos.
A equipe do Tigre se recusou a voltar para o gramado para jogar os últimos 45 minutos da decisão. Isso porque o time argentino, segundo a delegação, foi agredido e ameaçado pelos seguranças do São Paulo. E a Conmebol declarou o Tricolor campeão da competição.
De acordo com o Uol Esporte, os jogadores argentinos recuaram e não registraram a ocorrência em depoimento à polícia das ameaças com armas de fogo – que foram apontadas no primeiro momento – sofridas no vestiário.
Para o presidente do São Paulo na época, Juvenal Juvêncio, tudo não passou de uma farsa do time argentino: “Aquilo é uma farsa e todos nós sabemos disso. Começou no campo, com 67 mil torcedores que estavam lá. Eles não são malucos de reafirmarem isso. Não existe isso de armamento. Todos viram o que aconteceu. Não tem o que eles alegarem. Tem que achar outra desculpa, pois essa não deu certo.” ”Eles não iam aguentar e preferiram fazer catimba, isso ficou claro”, pontou o então presidente tricolor.
Em declaração ao TyC Sports, da Argentina, em 2021, o técnico do Tigre na época, Néstor “Pipo” Gorosito, disse que a equipe de Buenos Aires queria jogar, mas foi impedida pelo cônsul da Argentina, Augustín Molina. Além disso, criticou a postura do técnico do São Paulo na ocasião, Ney Franco.
“Foi uma loucura, fizeram nossa vida impossível. O treinador deles [Ney Franco] foi um idiota, falou que havia sido maltratado aqui na Argentina. Mentira, na Argentina nem te dão bola. Ele começou a plantar discórdia e bagunça, aí chegamos a São Paulo e não nos deram campo para treinar. Nos mandaram treinar duas horas onde estávamos, não deixaram a gente aquecer no gramado do Morumbi”, revelou o técnico argentino.
Por fim, Pipo destacou que a equipe do São Paulo, então comandada pelo capitão Rogério Ceni e pela ascensão do atacante Lucas Moura, era um timaço: “Eles tinham um timaço. Depois do Raí, era o melhor time do São Paulo. Você precisa ter sorte também. Capaz de encontrar uns tontos de merda na final e acabar sendo campeão”, concluiu.