O empresário André Cury entrou com um pedido na Justiça para penhorar as cotas sociais da Arena MRV e as contas dos fundos que investem no Atlético Mineiro. Ele acusa o Galo de fraude fiscal e cobra uma dívida de cerca de R$ 70 milhões com o clube.
André é um dos credores do Atlético Mineiro e, segundo documento entregue à 19ª Vara Cível da Comarca de São Paulo, o clube adota uma estratégia de esvaziar seu patrimônio para lesar os credores. O caso também tem envolvimento do Fundo de Investimento Imobiliário – AVM FII (Arena Vencer), que é gerido por parceiros comerciais do Atlético.
Entenda a acusação do empresário
O processo envolve a venda do shopping Diamond Mall para a empresa Multiplan. As advogadas do agente alegam que há um saldo de pouco mais de R$ 300 mil que não foi depositado na conta do empresário no momento da venda do ativo. O valor será reajustado mensalmente até a conclusão da ação.
Para garantir que vai receber o valor integral, André pede a penhora das cotas sociais da empresa Vencer Complexo Esportivo Multiuso SPE LTDA, que faz parte do fundo Arena Vencer, o qual administra a Arena MRV — que deve ser inaugurada no segundo semestre de 2023.
Ainda segundo a ação do empresário, o Atlético Mineiro estaria esvaziando seu patrimônio para lesar seus credores. 50,1% do valor da venda do shopping foi repassado ao Galo por meio da empresa Vencer Complexo Esportivo Multiuso SPE LTDA, que hoje faz parte da Arena Vencer.
A Arena Vencer é administrada diretamente por Renato Salvador e pelos empresários Rafael e Rubens Menin, ambos por meio do Banco Inter. Os três integrantes são mecenas do Atlético Mineiro e estão envolvidos na construção da Arena MRV.
A reclamação do empresário é justamente o repasse direto da venda do shopping para o fundo que administra o estádio, o que configura uma fraude a partir do esvaziamento do patrimônio.
Além disso, André Cury tem mais de 20 ações contra o Galo, relacionadas a pendências financeiras envolvendo 19 jogadores que atuaram no Atlético Mineiro. O caso está correndo na Justiça e a diretoria atleticana ainda não se pronunciou sobre o assunto.