A diretoria do Corinthians optou por não acionar a polícia para investigar os responsáveis pelos equipamentos de espionagem encontrados na sala da presidência do clube. Por meio do departamento de comunicação, o Corinthians divulgou que “o caso será analisado para que as medidas adequadas sejam tomadas”.
Alega-se que a atual diretoria, liderada por Augusto Melo, não deseja gerar polêmicas que possam prejudicar a imagem do clube, evitando a exposição de tais questões. O argumento central é que essa abordagem poderia impactar negativamente nas negociações com patrocinadores e atletas.
A revelação da presença dos equipamentos de espionagem na sala da presidência do Corinthians foi feita pela “Folha de S. Paulo” e confirmada pelo clube, que, embora lamente, não se surpreende com o ocorrido. Pessoas próximas a Augusto Melo afirmam que a decisão de não acionar a polícia visa evitar tumultos e prejuízos à reputação do clube.
Conforme reportado, os aparelhos estavam estrategicamente camuflados atrás de um quadro na parede da sala da presidência, além de um interruptor de tomada e na mesa da secretária de Augusto Melo. Ainda não foi esclarecido se os equipamentos foram descobertos por funcionários do clube ou por alguma empresa contratada.
A natureza da gravação ou transmissão ao vivo do conteúdo captado pelos dispositivos também permanece indefinida. Augusto Melo, pertencente a um grupo político de oposição, concorreu pela segunda vez à presidência, vencendo André Negão por 2.771 votos contra 1.413. Em 2020, havia ficado em segundo lugar, perdendo para Duilio Monteiro Alves.
O resultado encerrou uma longa dinastia do grupo Renovação e Transparência, que havia dominado o clube desde 2007. Desde então, todos os presidentes foram do referido grupo, incluindo Andrés Sanchez (2007 a 2011), Mário Gobbi Filho (2012 a 2014), Roberto de Andrade (2015 a 2018), Andrés novamente (2018 a 2020) e Duilio (2021 a 2023).