O Sport Club Corinthians Paulista sempre figurou entre os principais times de futebol do Brasil. A cada nova edição do Campeonato Brasileiro, a equipe paulista começa como uma das favoritas – às vezes mais, às vezes menos. Esse “favoritismo” muito se deve aos mais de 100 anos de história do clube que, nesse meio tempo, construiu uma verdadeira legião de torcedores.
Em São Paulo, o Corinthians sempre foi muito conhecido como o time do povo, do cidadão popular e comum. Não à toa, o clube sempre esteve muito presente nas favelas, de fato no meio do povão, com as camisas e bandeiras da Gaviões. É entre as pessoas que o time sempre esteve e construiu a sua história.
E não podia ser diferente. Ao contrário de outros clubes do país, que foram fundados por imigrantes, donos de terras e pessoas da alta sociedade, o Corinthians nasceu, realmente, da mão de trabalhadores. E tudo isso aconteceu há mais de um século, no longínquo ano de 1910.
A história de fundação do Corinthians
A história da fundação do Sport Club Corinthians tem dia, data e hora. Foi no dia 1º de setembro de 1910, às 20h30, que cinco operários se reuniram no bairro de Bom Retiro, à luz de lampião, para fundar um time de futebol. Anselmo Corrêa, Antônio Pereira, Carlos Silva, Joaquim Ambrósio e Raphael Perrone foram os fundadores.
Junto de mais oito pessoas, eles se reuniram e formaram os primeiros integrantes e sócios-fundadores do Corinthians. O nome, já consolidado na história do futebol brasileiro, na verdade, foi importado. Na verdade, foi inspirado no Corinthian-Casuals Football Club, uma equipe inglesa que, naquele período, estava fazendo uma excursão pelo Brasil.
Miguel Battaglia foi escolhido como o presidente do Timão que, em sua primeira fala no cargo, confirmou aquilo que iria acompanhar a equipe por todo o resto de sua história. “O Corinthians vai ser o time do povo e o povo é quem vai fazer o time”, afirmou. De fato,o clube paulista seguiu por este rumo.
A partir dali, o clube começou a se organizar de fato. No mesmo mês, alugou um terreno na Rua José Paulino, o preparou e, no dia 14 de setembro, realizou o seu primeiro treino. Já naquele dia, o Timão passou a ser acompanhado por uma plateia fervorosa.
Dos primeiros aos grandes títulos do Corinthians
Não demorou muito para que o Sport Club Corinthians se tornasse campeão. Até 2012, a equipe jogava algumas poucas partidas, nenhuma de fato em nível estadual e organizado. Foi só em 2013 que o clube começou a disputar o Campeonato Paulista, que começava a despontar, de fato, na época.
Logo no segundo ano de disputa do estadual, o Corinthians se consagrou campeão. Em 1914, o clube encarou o São Bento, equipe que nunca esteve de fato entre os protagonistas do estado. Mesmo com o placar de 1 a 1 na final, o Timão acabou sendo campeão. Aquele foi o primeiro de 30 títulos do Campeonato Paulista conquistados pelo alvi-negro.
Em 1916, o Corinthians voltou a vencer o estadual. Em 1929, conquistou o seu primeiro título interestadual, a Taça dos Campeões Rio-São Paulo. No entanto, por mais que sempre tenha sido conhecido como um gigante no Brasil, o Timão demorou muito tempo para conquistar um campeonato de expressão nacional.
O primeiro título nacional do Corinthians foi em 1990: o Campeonato Brasileiro. Aquela década, inclusive, foi muito marcante para o Timão. Afinal de contas, foi quando a equipe alcançou também o tri-braileiro, a sua primeira Copa do Brasil, mais três paulistas e uma Copa Bandeirantes. Enfim, uma década de vitórias.
Acontece que, para o Corinthians se tornar o grande time vitorioso na década de 1990, um elenco em específico teve que brilhar e fazer história um pouco antes. Estamos falando da chamada democracia corintiana, um dos episódios politicamente mais marcantes da história do futebol brasileiro.
A democracia corinthiana
A história da democracia corinthiana começa no início da década de 80. Em 1981, o Corinthians acaba não indo muito bem no Campeonato Paulista e, com isso, não se classifica para a “primeira divisão” do Campeonato Brasileiro – uma vez que o estadual era classificatório para a disputa.
Isso fez com que Vicente Matheus, então presidente do clube, fosse demitido. A partir daí, o Corinthians passou a ser “comandado” por ninguém mais ninguém menos do que os seus próprios jogadores. Eram os atletas do Timão quem tinham quem resolviam a grande maioria das questões do clube, tudo na base do voto.
Contratações, local de concentração, esquema de jogo. Praticamente tudo era decidido na base do voto dentro do Corinthians, em que não apenas os dirigentes tinham voz mas, também, os próprios jogadores. Vale ressaltar ainda que nessa época o Brasil vivia sob uma Ditadura Militar. Colocar a democracia dentro de um clube, então, era quase como uma resistência ao regime.
Nesse período, o Corinthians acabou sendo campeão paulista duas vezes. A democracia corinthiana durou cerca de três anos, mas envolveu nomes que estão para sempre marcados na história do Timão como, por exemplo, Casagrande, Sócrates, Wladimir, Biro-Biro, Zenon e por aí vai.
O histórico Corinthians de 2012
A democracia corintiana ficou conhecida muito mais pelo que significou do que, necessariamente, pelo que conquistou. No entanto, um dos times mais lendários do Corinthians foi justamente o do início da década de 2010, que foi campeão de simplesmente tudo o que poderia disputar.
Em 2011, o Corinthians conquistou o quinto título do Campeonato Brasileiro da sua história. Sendo assim, vai para o ano seguinte como sendo favorito em praticamente todas as competições. No entanto, talvez nem os mais entusiastas do clube poderiam imaginar o que estava por vir.
Em 2012, o Corinthians pôs fim a uma piada que perdurava por décadas, que era a de que o clube nunca havia ganhado uma Libertadores da América. Pois bem, o Timão não apenas venceu a competição continental como a fez sem perder uma única partida sequer, uma campanha totalmente invicta.
Com isso, o clube viaja para o Japão com a sensação de que já havia feito um grande feito, quiçá o maior de toda a história do clube. Sendo assim, dava para sonhar com mais um – e foi justamente isso o que aconteceu. Na final do Mundial de Clubes, o Corinthians bateu o Chelsea, que havia ganhado a primeira Champions de sua história, e leva mais um grande título para casa.
Aquele elenco de 2012 ficou marcado pela maestria dentro de campo, sob o comando do técnico Tite. Guerrero, Emerson, Fábio Santos, Danilo, Paulinho, Ralf, Cássio e companhia faziam um time que jogava sempre muito bem.
Os maiores rivais
Não dá para fugir do fato de que os maiores rivais do Corinthians são, justamente, do estado de São Paulo. O Palmeiras é, de longe, o principal adversário. São 321 jogos entre as duas equipes, com 117 vitórias do Verdão e 108 do Timão.
O São Paulo também entra nessa briga dos rivais. As equipes já se enfrentaram 297 vezes, com 107 vitórias corintianas e 92 dos tricolores. Fora do estado, talvez o Flamengo seja o maior “rival” do Corinthians, sobretudo pelo que ambos representam. Nesse caso, em 113 jogos, o Timão venceu 42 e perdeu 50.