No futebol, a rivalidade entre os times e o respeito às cores do uniforme muitas vezes superam questões de marca ou contratos. O Grêmio é um exemplo disso. A diretoria do clube gaúcho recentemente vetou o uso do novo modelo de chuteiras rosa da Adidas pelos seus atletas. Essa decisão, tomada por critérios institucionais, vai além do esporte e se conecta a uma tradição e uma cultura.
Não só as chuteiras, mas até mesmo a camisa rosa, que foi produzida como alusão ao mês de combate ao câncer de mama, não foram adotadas pelo time em campo. O clube justifica essa tomada de decisão, afirmando que o tom rosado, na transmissão de televisão, remete ao vermelho, cor do seu maior rival, o Internacional.
O clube alega que o vermelho está tão profundamente associado ao Internacional que qualquer alusão a essa cor em seus equipamentos esportivos pode ser mal interpretada pelos torcedores e associados.
Um episódio interessante é que até mesmo Luis Suárez, que é patrocinado pela Puma e utilizava chuteiras de cor laranja, que também poderia remeter ao vermelho, precisou mudar para um modelo azul, reforçando a política de respeito à cor do clube.
E se a Adidas ou a Puma exigirem o uso da cor rosa?
O Grêmio garante que mesmo com a pressão das empresas, não houve rompimento de contrato pelo descumprimento da utilização das chuteiras. O clube também afirma que alguns jogadores estariam sendo forçados a usar o novo modelo pelas respectivas empresas, mas a diretoria optou por manter a proibição.
Não. Diversos clubes de futebol evitam usar as cores dos seus rivais em situações específicas, como a do Grêmio. Na dupla Gre-Nal, por exemplo, é comum que marcas adaptam suas cores conforme os patrocínios.
A Coca-Cola, atuando como patrocinadora do Grêmio, vende produtos com o rótulo em preto ou azul na Arena do Grêmio, enquanto o Banrisul, patrocinador de ambos, usa seu logotipo em vermelho no Beira-Rio e em azul na Arena do Grêmio.