Na última rodada da série B, Sport e Vasco empataram por 1 a 1 na Ilha do Retiro. O jogo foi marcado por muita confusão e violência na arquibancada. Somado a isso, com a criação de uma rivalidade entre as torcidas dos dois clubes, um debate surgiu entre os cantos similares de “Casaca”, do Vasco, e o Cazá”, do Sport.
Após esta partida polêmica realizada em Recife, o sentimento ficou ainda mais acirrado entre os dois lados, trazendo perguntas sobre as músicas cantadas pelos torcedores desses times. Acontece que esses cantos vem de décadas, fazendo parte da história e identidade dos clubes.
Historicamente, segundo o historiador do Vasco, Walmer Peres, o canto de “Casaca, casaca, casaca, zaca, zaca. A turma é boa. É mesmo da fuzarca. Vasco! Vasco! Vasco!” precede o canto de “Cazá! Cazá! Cazá, cazá, cazá! A turma é mesmo boa! É mesmo da fuzarca! Sport! Sport! Sport!”. Entretanto, o debate já é suficiente para deixar as duas torcidas incandescidas para defender seu time de coração.
Ao se acompanhar a execução de cada canto, já se percebe diferenças na letra desde o começo. Os pernambucanos cantam: “Pelo Sport, nada? Tudo! Então como é, como vai ser e como sempre será?” Por outro lado, os cariocas entoam: “Atenção, vascaínos! Ao Vasco, nada? Tudo! Então, como é que é, que é, que é?”
Origem dos cantos
Segundo Peres, a canção vascaína tem origem ainda na década de 20, mais precisamente a partir de 1926, com o departamento de escoteirismo do clube. Foi absorvida por outros setores da torcida, que levou blocos de carnaval e outras modalidades, até ganhar popularidade na arquibancada em 1929, ano de título carioca do Gigante da Colina.
Já de acordo com os pesquisadores do Sport, o “Cazá” teve origem na década de 30, inicialmente através do lema “Pelo Sport, tudo”, criado em 1936 para a campanha de construção da Ilha do Retiro. Ainda seria ligado a letra de um frevo-canção, do maestro Nelson Ferreira, ou teria surgido ainda mais cedo, no bloco do carnaval pernambucano “Turma Boa”.
Enfim, o canto é extremamente para ambos os clubes. Para o Vasco, funciona quase como um hino extraoficial. Funcionários do Centro de Memória vascaíno querem até incluí-lo no novo estatuto cruz-maltino.