Cabecear a bola não faz bem para o cérebro, principalmente das mulheres. Entenda!

Cabecear a bola é algo absolutamente normal e corriqueiro no futebol, sendo, inclusive, um fundamento explorado nos treinamentos das equipes. No primeiro título Mundial do Brasil, em 1958, na Suécia, um dos gols da vitória brasileira sobre a Suécia foi marcado de cabeça pelo, até então, jovem promessa Pelé, com apenas 17 anos. Mas essa jogada aparentemente banal é péssima para a vida das células cerebrais do rapaz.

Diversos estudos anteriores já constataram: atletas que cabeceiam a bola apresentam, com frequência, lesões cerebrais semelhantes àquelas causadas por uma pancada violenta na cabeça.

De acordo com especialistas, as bolas de futebol podem alcançar uma velocidade de até 50 km/h em partidas amadoras, e mais do dobro disso em jogos profissionais.

Os perigos, portanto, são sérios. As consequências das cabeçadas podem prejudicar até a memória verbal e velocidade psicomotora no futuro, dependendo da quantidade de choques com a bola que um atleta contabiliza em sua carreira.

Isso porque o cérebro humano não está grudado no crânio, ele “flutua” dentro da dura caixa óssea, protegido por um líquido amortecedor e um conjunto de membranas conhecidas como meninges.

Risco para as mulheres é maior do que para os homens por uma série de fatores

Esses riscos já eram conhecidos, no entanto, pela primeira vez, cientistas verificaram se há alguma diferença no impacto para jogadoras mulheres. E concluíram que sim. Segundo um estudo feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York, cabeçadas são 5 vezes mais prejudiciais para elas do que para eles.

Segundo os cientistas, as razões para essa discrepância nas lesões podem ser duas: geralmente, mulheres possuem menos massa muscular para estabilizar o pescoço e o crânio, o que faz com elas sofram um golpe mais forte na hora do choque.

Outro agravante parece ser hormonal. A mulher, ao longo do ciclo menstrual, tem taxas variantes de um hormônio chamado progesterona. Quando ele está alto, garante uma proteção maior contra inchaços no cérebro – consequência de lesões como as do estudo. Mas, quando está baixo, pode aumentar ainda mais a vulnerabilidade do sexo feminino à qualquer tipo de choque na cabeça.

Agora, os pesquisadores investigam se essas lesões decorrente das cabeçadas podem levar a consequências cognitivas sérias a longo prazo. Por via das dúvidas, é melhor manter a cabeça fria (e longe das bolas) para esperar os resultados.