O clássico entre Arema e Persebaya Surabaya, pela primeira divisão da Indonésia, teve uma tragédia com 174 mortos confirmados. Jogadores brasileiros relataram o caos no campo de futebol. Eles tiveram dificuldade para deixar o estádio, mesmo com veículos blindados.
Sílvio Junior relatou, em entrevista ao “ge”, a dificuldade em ter saído dali:
“No vestiário, comemoramos a vitória, mas a polícia veio e disse: “Não, não… corre, senão a gente não sai”. Aí já começamos a trocar de roupa todo mundo rápido, sem tomar banho mesmo e a polícia nos apressando. Aquela correria, loucura… aí conseguimos sair correndo, entrar no blindado e ficar esperando”, disse.
“Ficamos umas duas horas ali ainda vendo aquela cena. Era surreal. Eu passei pelo Azerbaijão na época da guerra com a Armênia e eu não vi as coisas que eu vi ali. Nós olhávamos pelo vidro da frente do blindado. Parecia cenário de guerra mesmo. Eles arremessando as coisas. Arremessaram alguma coisa que trincou o vidro do blindado. Coisa de doido. Maluquice. Eles jogando pedra… acabaram com o carro da polícia. Tinha um carro da polícia do lado da gente. Eles quebraram tudo”, completou.
“É tensão do começo ao fim”
O jogador Hugo Vidal apontou que o clássico é totalmente diferente que os do Brasil e que ele nunca tinha passado por essa experiência:
“Tinham me falado do clássico… Eu sou de Curitiba. Eu pensei que seria como um Atletiba, mais ou menos. Mas é muito maior. As pessoas vão lá para dar a vida pelo time mesmo. Então é uma tensão do começo ao fim do jogo”, disse.
“A gente comentou entre os brasileiros que, se a gente estivesse de ônibus lá, a gente morria. Com certeza. Teríamos sido queimados vivos dentro do ônibus. Que loucura! Nem dá para imaginar um negócio desse no Brasil”, completou.