Se no Catar há muitos restrições para as mulheres, na Copa do Mundo elas estão ganhando cada vez mais espaço. E pela primeira vez na história dos Mundiais, um trio de arbitragem será formado por mulheres.
A Fifa confirmou que a partida entre Costa Rica x Alemanha pelo Grupo E, na quinta-feira, terá a francesa Stéphanie Frappart, a mexicana Karen Diaz Medina e a brasileira Neuza Back responsáveis pelo jogo. Já a canadense Kathryn Nesbitt estará presente na equipe do VAR.
Essa é também a primeira vez que a Fifa conta com mulheres no quadro de arbitragem da Copa do Mundo. São seis no total, sendo três árbitras e três bandeirinhas. Salima Mukansanga, de Ruanda, e Yamashita Yoshimi, do Japão, fecham a lista de arbitragem feminina no torneio.
Stéphanie Frappart também foi a primeira mulher a exercer a função de quarta árbitra nesta Copa do Mundo, no confronto entre México e Polônia, na primeira rodada do grupo C.
E a além de fazer história dentro de campo, as mulheres também aparecem nas telinhas. Renata Silveira se tornou a primeira mulher a narrar um jogo de Copa do Mundo na TV aberta, pela Globo, na partida entre Dinamarca e Tunísia.
A emissora também conta com mulheres nas funções de repórter (algo já comum há algum tempo), comentaristas, analistas de arbitragem, além de dar mais visibilidade ao futebol feminino, com a transmissão dos jogos das principais competições no Brasil e na América do Sul, como Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores.
Copa do Mundo deu visibilidade a situação das mulheres no Catar
O Catar tem menos de 3 milhões de habitantes, dos quais cerca de 350 mil são nativos. O papel socialmente atribuído às mulheres é um grande mistério. Há desde as famílias mais liberais, com regras menos rígidas, até aquelas ditas tradicionais, em que a religião cumpre função impositiva que vai muito além da vestimenta.
Em resumo, as mulheres precisam de uma autorização formal de um homem para inúmeras decisões, como casamento, divórcio, viagens, estudo no exterior. Também é exigida aprovação para exames ginecológicos e tratamento de saúde reprodutiva. O tutor pode ser pai, irmão, tio, padrinho ou marido.