Após denúncias graves, Brasil de Pelotas pode ser excluído da Copa do Brasil?

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) prometeu e parece estar cumprindo a promessa de fechar o cerco contra casos de racismo no futebol brasileiro. E após denúncia de suposto racismo sofrido pelo técnico da Ponte Preta, o experiente Hélio dos Anjos, a CBF encaminhou o caso tanto para o seu setor de Compliance quanto para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Esta foi a primeira denúncia após a entidade mudar seu regulamento em casos envolvendo racismo.

Na alteração do Regulamento Geral de Competições, casos de racismo podem levar a multa que, em caso de reincidência, chegam a R$ 1 milhão. Advertência, proibição de registro de jogadores e até perda de pontos também estão previstos. A entidade também passou a adotar o procedimento de enviar a súmula para o Ministério Público e a Polícia Civil para que possíveis punições não fiquem apenas no ambiente esportivo.

Hélio dos Anjos fez a denúncia na partida contra o Brasil-RS, pela segunda fase da Copa do Brasil, realizada na última terça-feira (7), quando o time paulista foi derrotado por 2 a 0, sendo eliminado. Ele alertou a arbitragem sobre possível caso de racismo ao ser chamado de ‘negão’.

A Brigada Militar foi acionada, mas não prendeu ninguém, mesmo porque o técnico não soube indicar o possível transgressor. O ato foi relatado em súmula pelo árbitro Felipe Fernandes de Lima.

Hélio dos Anjos disse que não irá procurar a Polícia para fazer um Boletim de Ocorrência sobre o caso. A Ponte Preta, em resposta à imprensa, também afirmou que “a pedido do próprio técnico Hélio dos Anjos, não vai fazer nenhuma representação sobre esse assunto”.

Treinador já teve episódio polêmico de suposto racismo em São Januário

Hélio dos Anjos também foi pivô de um suposto caso de racismo em partida contra o Vasco. Na ocasião, o treinador confundiu os gritos de “huf huf huf” da torcida vascaína para o volante Yuri Lara, que era chamado de pitbull pela torcida carioca. Após o episódio ele se desculpou pelo ocorrido e reiterou que se equivocou e, na verdade, não havia sido vítima de racismo.