Alvinegro multicampeão perdeu dois títulos e foi rebaixado após trapacear

A Juventus é uma das maiores equipes da história do futebol europeu, mas o clube alvinegro tem sua história manchada por conta de um dos maiores escândalos de manipulação de resultados na história do esporte. Além da Velha Senhora, Lazio, Fiorentina e Milan também estão envolvidos no caso.

A Juventus caiu para Série B. O descenso foi determinado no julgamento do escândalo de corrupção no futebol italiano, no qual o clube de Turim é o maior envolvido. Antes dona de 29 títulos nacionais, a Juventus ainda perdeu os “scudettos” que conquistou em 2005 e 2006 – ficando com 27 – e terá de começar a disputa da segunda divisão com pontos a menos.

A pena se dá pelas acusações de “fraude esportiva” e “lesão à ética esportiva”, feitas por causa de um esquema de manipulação de resultados via arbitragem semelhante ao que explodiu no Brasil em 2005. A Justiça italiana, entretanto, aliviou a punição ao Milan, que será mantido na elite mas com a perda de pontos.

Não é só do apito: Futebol brasileiro já foi assombrado por outra máfia

O escândalo da “Máfia do Apito” em 2005 chocou o futebol brasileiro. Com o Brasileirão daquele ano tomando um rumo completamente diferente após a descoberta de manipulação, muitos consideram aquele como o ano mais “obscuro” da história do esporte no país. No entanto, este não foi o primeiro escândalo que atingiu o futebol no Brasil. Em 1982, acontecia a Máfia da Loteria Esportiva.

A Máfia da Loteria Esportiva foi um esquema criminoso, denunciado pela revista Placar em outubro de 1982, que manipulava os resultados de partidas de futebol para garantir que os apostadores envolvidos no esquema lucrassem com os resultados dos jogos.

A loteria esportiva era uma modalidade de aposta, mantida pela Caixa Econômica Federal. Seu objetivo era bastante simples: premiar aqueles que adivinhavam os resultados das partidas de futebol. Em 22 de outubro de 1982, o repórter Sérgio Martins revelou o envolvimento de 125 acusados de participar diretamente do esquema.

Entre jogadores, árbitros e cartolas, encontravam-se nomes de destaque, como os dois campeões mundiais pela Seleção Brasileira: Amarildo (1962) e Marco Antônio em (1970). O esquema consistia em manipular os resultados nas partidas, com o objetivo de beneficiar um grupo de apostadores na Loteria Esportiva.

Flávio Moreira, que trabalhava na Sport Press (agência de notícias), passou a ser o principal informante do grupo na fabricação e escolha de resultados, que contava com João Nunes da Costa Filho (gerente de uma agência bancária do Banco Econômico) como um dos líderes do esquema.

Em 1985, após três anos e dois meses de investigação, a Polícia Federal encerrou o inquérito, indiciando apenas 20 pessoas. A falta de provas foi um problema na época; a conclusão do inquérito, realizada pelo Delegado Paulo Lacerda, foi a de: “não existia uma organização de manipulação, mas apenas alguns grupos isolados”.