O Atlético-MG optou pela estratégia de empréstimos para financiar seu futebol em 2022, em uma escolha em que gasta mais do que arrecada, e agora se depara com uma enorme dívida. Os débitos do clube com os mecenas Menin subiu para R$ 843,5 milhões, e a quantia representa um crescimento em dívidas de R$ R$ 263,6 milhões, 45%. Dessa forma, o Galo tem um débito líquido superior a R$ 1,571 bilhão.
Segundo o Uol, a maior parte das dívidas são de empréstimos com bancos e de curto prazo. São R$ 575 milhões para serem quitados dentro de um ano contra R$ 190,5 milhões ao final de 2021.
Com isso, o Alvinegro se deparou com dois problemas envolvendo essas dívidas. Um é que tais operações extrapolam o caixa do clube para os pagamentos dos débitos; o outro é que a dívida cresce rapidamente devido os juros acima da taxa selic.
A dívida é fruto da decisão da diretoria de gastar com o futebol mais do que o clube fatura. E isso considera que equipe mineira tem outras despesas, das quais inclui também as financeiras e, dessa forma, a conta não fecha, e clube recorre aos empréstimos bancários.
“Podemos observar um aumento de R$ 259 milhões no endividamento líquido entre 2022 e 2021, sendo ocasionado substancialmente pelo investimento de R$ 112 milhões em atletas profissionais adquiridos, renovações contratuais e categorias de base com o intuito de manter o nível de competitividade da equipe (já líquido das receitas com transferências de atletas)”, revelou o próprio Atlético em documento financeiro.
O Atlético registrou um superávit de R$ 70,6 milhões. No entanto, o número é contabilizado por uma avaliação patrimonial que inclui a Arena MRV. Com isso, o clube conta com R$ 342,9 milhões em receitas de valorização de patrimônio.
Contudo, se desconsiderar essa conta o Alvinegro está no vermelho em R$ 272,3 milhões. E a explicação para tal número é que o clube manteve os custos do futebol similares com o gasto de 2021, ano em que ganhou o Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil.
Naquele ano, as despesas do clube com o futebol ficou em R$ 250,1 milhões contra R$ 262,8 milhões no ano anterior. Ou seja, mesmo com as premiações dos dois principais torneios do Brasil, a conta já não fechava. E o cenário só se agravou com a falta de premiações.
Plano A e B do Atlético-MG
Afundado em dívidas, o Plano A do Atlético é transformar o clube em uma SAF, seguindo os passos do rival Cruzeiro. Para isso, o Galo conta com negociações avançadas com Peter Grieve, um empresário americano que está disposto a investir no time alvinegro. O estadunidense buscará a captação de dinheiro no mercado para comprar as ações da equipe de Belo Horizonte.
O Plano B do Atlético é se tornar uma SAF sem contrato com investidores, e nesse modelo a associação do Galo passaria a ser dona de 100% das ações. Logo depois, essas ações do clube-empresa seriam vendidas para empresários como Rubens Menin, Ricardo Guimarães e Rafael Menin. Soluções essas que viriam para resolver o problema da dívida onerosa do clube, que possui taxa de juros de 18%.