O primeiro balanço divulgado pela SAF do Vasco mostra que o clube, que apesar de estar na Série A, ainda tem um longo caminho para sanar suas dívidas, que estão na casa dos R$ 88 milhões e foram assumidas pela 777 Partners, que adquiriu 70% da sociedade. A informação é do jornalista Rodrigo Mattos, do “UOL Esporte”.
O acordo entre as partes tem em seu contrato a empresa assumir todas as dívidas do clube, com um limite de R$ 700 milhões. O valor é o mesmo na obrigação de aportes financeiros. A previsão é que as cifras sejam injetadas até 2024, tempo suficiente para que o Cruzmaltino consiga operar sozinho.
Neste primeiro ano, houve um empréstimo de R$ 70 milhões, que se transformariam em ações. Na sequência, em setembro, ocorreu um aporte de R$ 120 milhões, que também virou ações.
Isso até ajudou financeiramente. O Vasco teve um déficit de apenas R$ 3,9 milhões no ano passado. Foram R$ 50,6 mi em receitas e R$ 54,5 em despesas. Sem SAF no primeiro semestre, o clube acabou com prejuízos de R$ 17 milhões.
Apesar disso, o clube ainda enfrenta dívidas administrativas na casa dos R$ 34 milhões e ainda teve que pagar mais R$ 28 milhões na transição para SAF. No total, segundo Mattos, a dívida do clube Cruzmaltino é de R$ 592,6 mi.
A ideia para sanar isso é pagar R$ 55,7 mi em 2023, começando pelas dívidas Cíveis e trabalhistas, por meio do RCE. Também está previsto liquidar outros R$ 33,3 mi em parcelamentos.
Para 2024, o Vasco também precisa sanar dívidas com a Ferj e a CBF, que entra na parte das obrigações de um clube SAF. Além disso, o clube segue com parte da cota da Série A pela Globo restrita. Nessa parte, entra mais um débito de R$ 34,7 mi.
A ideia da 777 é investir até R$ 500 milhões no Vasco para que o clube se reestruture e comece a ter receitas maiores.
“Em 31 de dezembro de 2022, o Vasco SAF possuía capital circulante líquido negativo de R$ 185,016 milhões, patrimônio líquido negativo de R$ 594,573 milhões e, prejuízo do período de R$ 88.085. Esses resultados refletem o momento inicial da constituição da SAF com a assunção de dívida limitar ao teto de R$ 700 milhões, com impacto parcial diretamente ao patrimônio líquido da Companhia“, diz o documento do balanço.