Entre as polêmicas do futebol brasileiro, o caso da misteriosa Taça das Bolinhas é talvez o mais absurdo. O troféu, concebido em 1975 pela então Confederação Brasileira de Desportos (CBD), foi oferecido com a condição de que ficaria em posse definitiva do clube que vencesse o Campeonato Brasileiro cinco vezes, fosse de forma consecutiva ou alternada.
No entanto, devido a controvérsias relacionadas ao Campeonato Brasileiro de 1987, até hoje não se sabe ao certo quem é o dono legítimo da taça. Este impasse teve início com a polêmica Copa União de 1987, um campeonato que foi organizado pelos próprios clubes e que gerou muitas dúvidas sobre sua validade. Foi aí que o famoso troféu se tornou o centro de uma acalorada disputa.
Em 2009, o Flamengo conquistou o Campeonato Brasileiro e pleiteava a posse definitiva do troféu. Contudo, a CBF reconhecia o clube carioca apenas como pentacampeão, incluindo o maculado título de 1987, do qual o Sport também se dizia vencedor. Assim, o São Paulo, que já possuía cinco títulos (1977, 1986, 1991, 2006 e 2007), acabou sendo o destinatário da taça em 14 de fevereiro de 2011.
A Justiça no Meio do Impasse
No entanto, o Flamengo contestou a decisão e, no dia 21 de fevereiro de 2011, a CBF acabou reconhecendo o clube como campeão de 1987. No dia seguinte, a justiça determinou que o São Paulo devolvesse o troféu à Caixa Econômica Federal em 24 horas. Essa decisão resultou em um embate judicial que se estendeu até março do mesmo ano, quando o clube paulista acabou devolvendo o prêmio.
Mais tarde, em 2019, a justiça decretou que a posse do troféu ficasse com a CBF, mas, surpreendentemente, não estipulou um prazo para que a entidade definisse o verdadeiro destinatário da taça. Assim, a emblemática Taça das Bolinhas permanece até hoje um troféu sem dono, aguardando uma decisão definitiva sobre quem tem o direito de levá-la para casa.