Um dos grandes técnicos da história recente do futebol brasileiro, Abel Braga anunciou aposentadoria em abril deste ano, após sair do Fluminense. Campeão mundial e da Libertadores pelo Internacional e campeão brasileiro pelo Tricolor Carioca, o técnico já projeta o que fazer no meio do futebol.
Antes disso, Abel ressaltou, em entrevista à Globo, o motivo principal que o desgastava: “Estou com outra cara, não estou? Todo mundo reclama do número de jogos, que é muito grande. Não só o corpo, o mental também. Mas eu não estava aguentando mais esse número de viagens”.
Em seguida, ele falou que quer ser coordenador técnico e auxiliar o trabalho dos treinadores de diferentes formas, algo que ele passou na pele:
“Não quero ser executivo, não quero ser diretor técnico, quero ser coordenador técnico. Não quero fazer negociações, por exemplo. Há uma diferença muito grande entre as funções. Eu posso colocar em prática tudo que aprendi. Quero dar respaldo para o técnico, para a comissão técnica e para os jogadores. Se o comportamento de um jogador não está condizente com aquilo que se espera dele, para quê o treinador vai lá se desgastar? Sou eu”, disse.
“Eu vivenciei isso um pouco com o Paulo Autuori no próprio Fluminense. Estava uma situação financeira muito crítica e vinham todo dia em mim. ‘Professor, não saiu o salário’… ‘Professor, não pagaram o bicho’… O Paulo chegou e não escutei mais nada daquilo. Fiquei leve. É exatamente aquilo. Eu sei o peso que tiraram de mim. Também sei o peso que posso tirar dos ombros de muitos treinadores. Vamos ver, a vida vai seguir.”
Fim de carreira com resultados
Abel Braga conseguiu resultados em seus dois últimos trabalhos no Brasil. Pelo Internacional, em 2020, o técnico colocou o clube na disputa pelo título brasileiro, o perdendo apenas na última rodada. No Fluminense, em 2022, o técnico conquistou o Campeonato Carioca, que o Tricolor não ganhava há 10 anos.