O uso do VAR (Assistente de Arbitragem por Vídeo) parece não estar em perigo. O Tribunal Mercantil nº6 de Madrid rejeitou as medidas cautelares solicitadas por Francisco López, que afirma ser o inventor da ferramenta.
López processou a FIFA e a Federação Espanhola de Futebol, solicitando que o uso do VAR fosse interrompido até que o julgamento ocorresse, mas o magistrado recusou esse pedido. O juiz considerou que Francisco López permitiu o uso desta ferramenta durante vários anos e agora não pode proibir seu uso.
“Pode-se inferir que, desde as acções de uso ilícito e a presente queixa, o queixoso permitiu que, no melhor dos casos, mais de cinco anos se passassem; sabendo – por facto notório – da incorporação do videoárbitro nessas competições e datas, e edições posteriores”, reflete o juiz na sua decisão. Ele acrescenta: “Tais períodos de tempo representam uma clara anuência do solicitante de medidas cautelares a uma situação factual de risco que exclui a possibilidade de adoptar medidas cautelares”.
Continuação da luta de Francisco López
Francisco López, por sua vez, vem defendendo durante vários anos ser o inventor dessa ferramenta e requer que seja reconhecido como tal. Ele faz isso mostrando os papéis do registo de propriedade intelectual, provando que são originais. “O sistema VAR era o projeto chamado ‘O Futebol do Século XXI’, está tudo registado em conjunto. A única coisa que fizeram agora foi dar-lhe outro nome. O desenvolvimento foi feito com base no meu projeto.
Eu tenho isso inscrito no Registo Geral da Propriedade Intelectual em 1999 e a sua ampliação posterior foi inscrita em 2006″, contou em uma entrevista ao AS em 2017. Ele ainda revela como manteve contacto contínuo com a FIFA entre o final do século passado e o atual através de e-mails: “A primeira vez que enviei a eles foi em 1999, e depois seguidamente todos os anos até 2007.
Mantive comunicação constante com o ex-árbitro José María García Aranda, braço direito de Villar na FIFA e um dos chefes dos árbitros na FIFA”. No momento, a justiça não lhe concedeu as medidas cautelares que solicitava, mas a causa principal não foi rejeitada. Francisco López continuará a defender nos tribunais sua autoria como inventor do vídeo-árbitro.