A Conmebol determinou que o Olimpia seja multado em 100 mil dólares (cerca de R$ 500 mil) e tenha parte de sua arquibancada fechada no próximo jogo organizado pela entidade por um ato de racismo cometido na partida contra o Fluminense, pelas quartas de final da Libertadores. Na ocasião, um torcedor fez gestos de macaco para os tricolores que estavam no Estádio Defensores Del Chaco.
Segundo o clube, eles foram prejudicados e vão identificar o torcedor responsável para encaminhar o caso para a Comissão Disciplinar da Conmebol. O Brasil vive um aumento no número de ocorrências de racismo desde o ano passado. Em 2021, 64 situações de racismo no futebol e em 2022, foram comprovadas 90 situações, o que representa um aumento de 40%, segundo um levantamento do Observatório da Discriminação Racial do Futebol.
A alta acontece porque os atletas têm tomado consciência da necessidade de se fazer denúncias contra as ofensas. Para o psicólogo esportivo e analista de projetos DE&I da Condurú Consultoria, José Rezende, a punição de times de futebol por casos de racismo nos estádios tem um papel fundamental na promoção da igualdade e na construção de um ambiente esportivo mais saudável e inclusivo.
“As punições, quando são aplicadas a times e torcedores, enviam uma mensagem clara de que o racismo não será tolerado e que existem consequências reais para comportamentos discriminatórios. Isso ajuda a criar um ambiente em que todos os participantes se sintam seguros e respeitados. Além disso, a punição serve como um meio de educar a comunidade esportiva, aumentando a conscientização sobre as questões de discriminação racial e incentivando a autorreflexão”, diz.
Ao lidar com o racismo de maneira firme e eficaz, os times de futebol e as autoridades esportivas contribuem para a promoção da diversidade, equidade e inclusão no esporte.
“Isso não apenas melhora a saúde mental e o bem-estar dos atletas que foram alvos de discriminação, mas também fortalece a imagem do esporte como um veículo de unidade e igualdade, beneficiando a sociedade como um todo. Além de contar com a punição, é fundamental que se pense na educação de toda a sociedade, passando pelas escolas e chegando até os jogadores de base e profissionais para que casos assim parem de acontecer e se tenha uma sociedade menos racista ao invés do único caminho ser a punição pós o ato”, destaca Rezende.
Recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um projeto do Brasil de criar um plano global para lutar contra o racismo e a discriminação no esporte. A iniciativa é resultado direto dos ataques sofridos por Vinicius Jr. no Campeonato Espanhol.