Há uma tradição desagradável se formando com o Atlético de Madrid. Essa tradição, longe de ser emocionante ou comemorada, envolve a perda de peças fundamentais para a equipe nos momentos finais da janela de transferências.
Num passado recente, isso se repetiu em 2009, 2020 e, mais recentemente, em 2023. Em todos os casos, os resultados foram jogadores-chave saindo, sem possibilidade de repor de forma adequada os vazios deixados em campo.
O exemplo mais fresco disso provém da saída precipitada de Yannick Carrasco. O zagueiro belga, peça crítica no esquema do técnico Diego “Cholo” Simeone, abandonou o clube abruptamente no último dia da janela de transferências. A declaração oficial veio quando o mercado europeu já havia fechado (a data limite na Arábia era 7 de setembro).
A memória dolorosa: Heitinga e Partey
Esta memória sombria do Atlético traz à tona lembranças de outros jogadores significativos que também foram embora de forma similar. Remontando a 2009, Johnny Heitinga deixou o Atlético em 31 de agosto. Com permissão para negociar, ele foi para o Everton. A transação ocorreu porque o mercado inglês encerrava um dia depois, o que deixou o Atlético impotente para incorporar uma substituição defensiva antes da meia-noite.
Repentinamente, em 2020, a história se repetiu com a saída de Thomas Partey para o Arsenal. Naquele ano, devido à pandemia do coronavírus, a data final para a janela de transferências foi estendida para o dia 5 de outubro. Entretanto, o Arsenal apresentou-se à LaLiga pouco antes da meia-noite, desembolsando os 50 milhões de euros (R$264 milhões) da cláusula de rescisão de Partey.
Qual o impacto dessas perdas?
Em cada caso, o Atlético viu jogadores essenciais para o esquema do treinador serem perdidos, com pouco ou nenhum tempo de reação para encontrar substitutos adequados. Por exemplo, a perda de Carrasco custou ao clube 15 milhões de euros (R$79 milhões) para o Al Shabab, da Arábia. Independentemente da última oportunidade de gerar uma boa receita financeira, seus 10 gols, trabalho duro e talento certamente farão falta.
Felizmente, no entanto, o Atlético tem em seu elenco jogadores capazes de substituir Carrasco, como Riquelme, Lino e Galán. Apesar do alto nível de Carrasco desde o seu retorno, esses jogadores já estão aproveitando a oportunidade para se postular como potenciais substitutos.