Em entrevista com Tino Marcos, Galvão Bueno relembrou algumas das histórias mais marcantes que tiveram entre as tantas partidas realizadas juntos, principalmente da Seleção Brasileira. Entre e, a vez que o repórter entrou em campo para cobrir a final da Copa de 1994, sem a credencial, disfarçado para não ser descoberto.
Galvão lembrou da história e de como tudo aconteceu. “A façanha do Tino em 1994 começou com uma mutretinha: ele pegou um colete de cinegrafista, pegou uma câmera e ficou dentro do campo”, começou Galvão Bueno, ao passo que Tino o interrompeu:
“Tava com o microfone desmontado. O pessoal da engenharia me ensinou a montar o microfone e o retorno que a gente usa para te ouvir. Eu entrei com aquilo descaracterizado já que não podia entrar repórter em campo, eles olharam a bolsa com um monte de coisa dentro”, detalhou Tino Marcos.
Essa foi uma das mais lendárias que a dupla já vivenciou durante tantos anos de trabalho em conjunto na Rede Globo cobrindo a Seleção Brasileira. Hoje amigos próximos, Galvão parabenizou o jornalista pela coragem e disse que foi uma façanha incrível.
“No segundo tempo, eu comecei a montar tudo e comecei a te ouvir. Logo pensei que o retorno deu certo. Na hora, eu pensei que eles não iam lembrar de abrir o microfone. Eu pensava: ‘vou entrevistar os caras e eles não iam lembrar de abrir’. Eu me lembro do que eu falei para o Tino: ‘Parabéns, Tino Marcos. Você conseguiu uma façanha inédita! É a consagração de um repórter’. O Brasil tetracampeão, aquilo era para o mundo todo. Eu não sabia a mutreta que o Tino tinha armado. Daqui a pouco, eu ouço alguém me chamando: ‘Fala, Tino’”, revelou Galvão Bueno.
Tino Marcos se explicou e comentou que fez no im´pulso e já combinado com a Globo, que por ser a final, não sofreria sanções de perda de credencial, sendo apenas retirado de campo.
“Era uma cartada que o nosso chefe falou que ‘se der, deu’. Acabou a Copa mesmo e ninguém podia tirar minha credencial.” contou.
“O máximo que podia era ir preso”, brincou Galvão Bueno.
“Eu meio que fui, mas tudo bem. Eu fiquei esperando com tudo montado e quando o pessoal passou na minha frente, eu passei por baixo e falei com os caras. Eu tenho um pouco de vergonha da minha voz naquele momento. As suas palavras foram o maior patrimônio da minha carreira. Depois uns seguranças vieram e me levantaram, só me retiraram do campo”, disse.