Santos pegou todo mundo de surpresa e decidiu fugir de campo

Há 55 anos, um clássico entre São Paulo e Santos, realizado no Pacaembu em 15 de agosto de 1963, teve um desfecho inusitado. Naquela ocasião, o Santos, liderado por Pelé e seus companheiros, de certa forma, retirou-se do campo quando estava perdendo por 4 a 1, em um confronto válido pela 10ª rodada do Campeonato Paulista daquele ano.

Naquela época, o Santos tinha recentemente conquistado um título mundial e logo se tornaria bicampeão. O São Paulo, por sua vez, enfrentava restrições financeiras devido aos altos custos da construção do Morumbi. O Santos não era apenas favorito no clássico, mas também na busca pelo quarto título consecutivo da competição estadual.

No estádio lotado do Pacaembu, o São Paulo começou com intensidade. Fausto colocou o São Paulo na frente em apenas cinco minutos. No entanto, o gol de empate foi marcado por Pelé aos 20 minutos. A marcação agressiva dos jogadores do São Paulo, às vezes, ultrapassava os limites da violência.

Pelé se irritou?

Aos 37 minutos do primeiro tempo, Benê aproveitou um excelente passe de Pagão e igualou o placar no Pacaembu. Pouco depois, Cecílio Martinez desempatou para o São Paulo. Insatisfeitos com a ausência de cartões para os jogadores do São Paulo, Pelé e Coutinho confrontaram o árbitro, que os expulsou.

No intervalo, muitos já previam que o jogo não seria concluído, pois com dois jogadores a menos, o time do Santos estava sujeito a uma derrota humilhante. O Santos voltou para o segundo tempo com o lateral Aparecido, que logo teve que sair devido a uma contusão.

Em seguida, Pepe alegou não estar em condições de continuar após um choque com um adversário. Antes do término da partida, Pagão marcou o quarto gol para o São Paulo com um chute poderoso.

Então, foi a vez de Dorval, um dos pilares do famoso ataque santista, cair no gramado alegando contusão. A partir desse ponto, o tumulto generalizou-se, com os jogadores do São Paulo tentando convencer o Santos a não “abandonar” o jogo. O jogo teria que ser encerrado com o Santos tendo apenas sete jogadores em campo, uma vez que as substituições ainda não eram permitidas naquela época.