O técnico Renê Simões, que acumula passagem pela Seleção Brasileira Feminina, falou a respeito de Marta, que está em sua última Copa do Mundo. Em entrevista ao “UOL” na última segunda-feira (31), o treinador revelou uma história bonita sobre a jogadora e também a exaltou como pessoa.
Renê relembrou de um episódio nas Olímpiadas de Atenas, em 2004, quando a atacante canarinho ajudava a lavar as calcinhas de suas companheiras.
“Em Atenas, eu estava no meu quarto e ela no de baixo e no quarto dela tinha um tanque. De repente, eu vejo ela lavando um monte de calcinhas. Eu disse: ‘Marta, não é possível que você tenha usado tantas calcinhas’. Ela disse: ‘Não, professor. Eu vim lavar a minha e estou lavando a de todo mundo’. Para vocês verem quem é a Marta”, começou o treinador.
“A Marta, tudo que ela passa nas entrevistas, quando ela chora, tudo isso… Não tem nada de lobby, fantasia. A Marta é isso mesmo. Quando ela ganhou o primeiro prêmio de melhor do mundo, eu fiz um churrasco na minha casa e ela veio comemorar com a gente. Ela merece [o título da Copa] e eu estou na torcida”, destacou.
Por fim, o treinador afirmou que para vencer a Jamaica será preciso utilizar a presença de Marta como uma forma de desestabilizar a equipe adversária, que é a sensação da Copa, psicologicamente.
“Agora, você não pode escalar a Marta compondo a linha de quatro [no meio de campo], não dá mais para ela. Ela tem que ser o Messi, jogar ali na frente, encostar na centroavante e decidir […] Qualquer fato psicológico que você aumente a pressão em cima da Jamaica pode causar um bom resultado. Eu pensaria muito em começar com a Marta, dando essa surpresa psicológica”, ressaltou.
Brasil e Jamaica se enfrentam nesta quarta-feira (2), às 7h (de Brasília), pela última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo. Para se classificar, a seleção precisa de uma vitória.