Campeão em meio a guerra: O título europeu do Estrela Vermelha em 1991

O futebol pode proporcionar histórias fantásticas de reviravoltas, mostrando que o esporte supera barreiras que, muitas vezes, parecem insuperáveis. Isso acontece pelo poder que o esporte possui de juntar pessoas de diferentes classes sociais, credos e posições políticas. A história do título europeu do Estrela Vermelha em 1991 é uma prova viva disso.

No cenário futebolístico europeu, poucas conquistas têm o poder de surpreender tanto como o título da Taça dos Campeões Europeus (como era conhecida a UEFA Champions League, na época) do Estrela Vermelha em 1991. Sob a liderança do lendário treinador Ljupko Petrović, o clube sérvio escreveu seu nome na história do esporte, desafiando todas as probabilidades para levantar o troféu mais cobiçado da Europa.

Nesse artigo vamos explorar um pouco mais sobre todo o contexto que fez com que essa conquista se tornasse tão memorável.

Contexto político dramático em 1991

O mundo estava mudando no começo dos anos 90. A cortina de ferro que dividia os lados capitalista e socialista foi derrubada nesta época, e o futebol não ficou alheio a isso. E a história da Taça dos Campeões de 1991 tem muitas ligações com o fato. Mas ela começa ainda em 1990.

O Estrela Vermelha, de Belgrado, era um dos principais clubes de uma Iugoslávia quase esfacelada por uma guerra civil terrível. No dia 13 de Maio de 1990, o time do Estrela Vermelha enfrentou o Dínamo Zagreb (de origem Croata) fora de casa, em partida válida pelo campeonato local. Porém, um conflito entre torcidas gerado por uma provocação de torcedores do time de Belgrado, acabou gerando uma briga generalizada. A partida não chegou, sequer, ao final, mas o título daquela temporada ficou com o Estrela Vermelha, que foi o representante iugoslavo na Taça dos Campeões Europeus do ano seguinte.

Em 1991, o cenário extracampo não melhorou nada, muito pelo contrário. O dia 31 de Março marcou o início de um conflito que durou mais de 10 anos, dividiu a Iugoslávia e matou mais de 140 mil pessoas. Com todos os problemas possíveis, a equipe de Belgrado tentava seguir na competição mais importante da Europa, ainda que o futebol não fosse a coisa mais importante, ele conseguia fazer o povo sérvio esboçar um sorriso em meio a tanto sofrimento.

Campanha até o título

Como você pode imaginar, o Estrela Vermelha não era o grande favorito para vencer aquela edição. Entretanto, apesar de contar com pouco investimento, o cenário econômico do futebol não era da forma que é atualmente. Mesmo longe dos grandes centros, alguns clubes conseguiam formar boas equipes e ir mais adiante nas competições europeias. 

Isso é algo praticamente impossível de ser realizado nos dias de hoje, principalmente pelo apelo financeiro que o futebol possui nos dias atuais. Cada vez mais, a participação de grandes empresas nas parcerias com os clubes, se mostra como algo fundamental. Sites que oferecem serviços de jogos de aposta, como os cassinos online presentes em plataformas como o https://casino.netbet.com/br/roleta, por exemplo, possuem grandes contratos de patrocínio com importantes clubes do futebol mundial, isso permite com que esses times se tornem mais fortes e, com isso, montem equipes mais competitivas.

Apesar do cenário da época ser ligeiramente mais favorável a equipes como o Estrela Vermelha, é importante ressaltar que nenhum dos times campeões conseguiu montar elencos vencedores no meio de uma guerra. Esse feito realmente foi um grande divisor de águas no cenário internacional do futebol. A trajetória do time de Belgrado jamais conseguiu ser repetida em situações semelhantes.

Fãs Ultras Delije - Foto gratuita no Pixabay - Pixabay
https://cdn.pixabay.com/photo/2016/09/11/22/06/fans-1662662_1280.jpg

A caminhada não foi fácil. O grupo do Estrela Vermelha era composto por adversários de qualidade, incluindo equipes tradicionais como Bayern de Munique, Olympique de Marseille e Glasgow Rangers. Apesar de ser considerado azarão, o clube sérvio não se intimidou e surpreendeu a todos, avançando para as fases eliminatórias.

Tudo caminhou bem até a final, onde a equipe se encontrou novamente com o Olympique de Marseille. O jogo foi disputado em Bari, na Itália. Após um empate por 0 a 0 no tempo regulamentar e na prorrogação, a partida foi decidida nos pênaltis. O Estrela Vermelha mostrou sua resiliência e venceu por 5 a 3, conquistando o título inédito.

O impacto no mundo do futebol foi algo imediato, pela única vez na história uma equipe tinha vencido a competição mais importante do continente europeu em um cenário tão catastrófico. Além disso, a vitória serviu de inspiração para outros clubes e jogadores que enfrentavam dificuldades semelhantes.