O Fluminense é um dos clubes de futebol mais tradicionais do Brasil, com uma rica história que atravessa gerações. Ao longo dos anos, diversas mudanças ocorreram, e uma delas se destaca: a troca do mascote.
Anteriormente conhecido como “Cartola”, o mascote agora é o “Guerreirinho”. Essa mudança trouxe à tona uma série de reflexões sobre a identidade e os valores que o clube deseja transmitir.
O nascimento do Cartola e seu significado histórico
Na década de 1940, o Fluminense ganhou um mascote icônico chamado “Cartola”, criado pelo cartunista argentino Lorenzo Mollas, a pedido do Jornal dos Sports.
O Cartola fazia uma alusão ao fato do Fluminense ter sua imagem historicamente ligada à elite da sociedade carioca. Sua figura carismática ganhou notoriedade e representou o clube por muitos anos. No entanto, ao longo do tempo, a percepção em relação ao mascote começou a mudar.
Fluminense, um “Time de Guerreiros”
O ano de 2009 marcou um momento de transformação para o Fluminense. O clube viveu uma arrancada histórica no Campeonato Brasileiro, escapando do rebaixamento contra todas as probabilidades.
Essa reviravolta incrível levou à adoção do apelido “Time de Guerreiros”, em referência ao espírito de luta e dedicação demonstrado pelos jogadores, liderados por Fred e Conca.
O apelido rapidamente se tornou uma parte importante da identidade do clube, simbolizando a busca incansável por vitórias e superações.
A consolidação do Guerreirinho como mascote oficial
Em 2016, o Fluminense resolveu fazer uma mudança significativa em sua identidade visual e adotou oficialmente o Guerreirinho como mascote. Essa decisão foi tomada após uma pesquisa realizada cinco anos antes, que mostrou a preferência da torcida pelo novo símbolo.
O Guerreirinho personifica o espírito guerreiro que o clube adquiriu em 2009, destacando a dedicação e paixão dos jogadores, dirigentes e torcedores pelo time tricolor.
Além do mascote, o Fluminense incorporou o termo “Guerreiro” em diversas vertentes. Em Laranjeiras, é possível encontrar o “Bar dos Guerreiros”, onde a temática guerreira é enaltecida.
Na entrada da sede, uma impressionante armadura de guerreiro romano destaca-se, simbolizando a determinação e a força do clube.
O centro de treinamento das categorias de base ostenta uma placa com os dizeres “Fábrica de guerreiros”, ressaltando o compromisso de forjar atletas valentes e talentosos.
Além disso, os núcleos de futebol do Fluminense são carinhosamente denominados “Guerreirinhos”, reforçando a ideia de que desde os primeiros passos, o clube inculca a garra e a coragem em seus jovens jogadores.
Toda essa abordagem reitera a identificação profunda do Fluminense com o espírito guerreiro, presente não apenas em seu mascote, mas em todas as esferas da instituição tricolor.
O simbolismo da palavra “Guerreiro” para o Fluminense
A escolha do Guerreirinho como mascote reflete uma identificação forte que o Fluminense tem com a palavra “Guerreiro”. Ao longo da história do clube, inúmeros episódios demonstraram a bravura e determinação de seus jogadores e torcedores.
Um desses casos memoráveis foi o do ponta direita Mano, que mesmo com uma grave contusão, se recusou a deixar o campo e, infelizmente, acabou falecendo devido a uma infecção generalizada.
Outro exemplo é o do goleiro Castilho, que amputou um dedo da mão para não perder um importante jogo contra o Flamengo.
O declínio do Cartola e a necessidade de mudança
O Cartola, o antigo mascote do Fluminense, já não agregava valor ao clube. A imagem associada ao símbolo ficou pejorativa, especialmente após episódios envolvendo dirigentes e a “virada de mesa” de 1996.
Essa mudança de percepção levou o clube a buscar uma nova representação que transmitisse valores positivos e estivesse alinhada com a filosofia de luta e superação que se tornou uma marca registrada do Fluminense.
A escolha do mascote não apenas reforça a identidade do Fluminense como um clube guerreiro, mas também fortalece a conexão emocional com a torcida.
A figura do Guerreirinho tornou-se um símbolo de união e inspiração para os torcedores, que se veem representados no espírito de luta e superação do mascote e dos jogadores em campo.
A parceria encerrada e o afastamento do Guerreirinho
Até 2018, a empresa parceira CSM era responsável por custear o transporte, alimentação e fantasia da equipe do Guerreirinho. Contudo, o contrato chegou ao fim, levando ao afastamento do mascote.
Com a parceria encerrada, o Fluminense enfrentou desafios para manter o Guerreirinho presente em eventos e partidas, o que acabou resultando em sua ausência.
Em 2021, a assessoria do clube informou que o mascote passaria por uma reformulação, mas não apresentou um prazo para o retorno do Guerreirinho. Após isso, o tricolor carioca não falou mais de um novo mascote.