FIFA: conheça a história completa da entidade máxima do futebol

Ah futebol! O esporte que conquistou o mundo e se tornou a modalidade mais popular de toda a história dos esportes. O futebol se tornou algo que, no passado, seu criador e seus colaboradores jamais cogitaram. Atualmente, o esporte conta até com instituições para gerir as atividades esportivas da modalidade, como a FIFA (Fédération Internationale de Football Association). 

Essa popularidade é tão grande que o único evento esportivo que consegue se equiparar com a Copa do Mundo, por exemplo, são as Olímpiadas, que reúne diversas modalidades em um único evento, enquanto a Copa presa apenas pelo espetáculo do futebol. 

Todo esse sucesso se deve a FIFA, que consegue inovar e expandir o domínio do futebol ao redor do planeta. Porém, suas ações são constantemente questionadas por aqueles que acompanham diariamente o trabalho da instituição.

A federação também já foi palco de diversos episódios polêmicos, como a escolha do Qatar como país sede da Copa do Mundo de 2022, que levantou diversas opiniões e pensamentos duvidosos em relação à transparência da entidade no esporte. 

Apesar disso, é inegável que a FIFA tem trabalhado ano após ano para tornar o futebol o esporte dominante do planeta. Hoje, você conhecerá toda a história da FIFA e qual é sua importância, além de entender alguns casos polêmicos da instituição.

O que é a FIFA

“A maior entidade do futebol”, “a lei máxima do esporte” e “O Olimpo do futebol”, essas são algumas frases que os entusiastas do futebol podem utilizar enquanto se referem a FIFA. 

Outros podem utilizar frases um pouco mais agressivas como “O Câncer do esporte” ou “A dona da corrupção esportiva”, devido a casos recentes e um dos maiores escândalos esportivos da história. 

As opiniões sobre o poder que a entidade possui dentro do futebol podem variar bastante dependendo das circunstâncias que forem questionadas. Por exemplo, a visão dos japoneses e dos australianos pode ser negativa, já que ambos os países perderam em uma polêmica votação de sede para a Copa de 2022.

Já nas visões dos sul-africanos e dos catarenses/ catarianos, a FIFA, através do futebol, abriu as portas de seus determinados países para os olhos do mundo. E são justamente essas opiniões que geram alguns questionamentos sobre as escolhas da FIFA, seriam elas para o bem do esporte ou apenas uma jogada política? 

Apesar das mais diversas visões, a entidade não é nada mais e nada menos do que a instituição responsável por dirigir e gerir tudo o que gira em torno do futebol, como as associações de futsal, futebol de praia e, claro, o futebol tradicional. 

Sua fundação aconteceu no dia 21 de maio de 1904, em Paris, graças à união das federações da Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Suécia e Suíça. Nos dias de hoje, a sede da FIFA se encontra na cidade de Zurique, capital da Suíça.

A instituição é filiada ao Comitê Olímpico Internacional (COI), ação essa que permitiu a inclusão do futebol como uma das diversas modalidades dos jogos olímpicos. 

Mas não é por aí que param as filiações da FIFA. A entidade possui 211 organizações esportivas associadas a sua marca, representando o esporte em seus países ou territórios.

Apesar da alta quantidade de países, a instituição é a segunda colocada na lista de maiores filiações. A FIFA fica atrás somente da IAAF (International Association of Athletics Federation), que conta com 212 membros. 

Sua função e como funciona

O trabalho da FIFA, diferente de como muitos pensam, é muito mais do que apenas promover e organizar competições internacionais entre países. A instituição também possui responsabilidades em supervisionar diversas associações, federações e confederações de futebol em todo o planeta.

Além disso, a instituição também deve, de forma conjunta com as confederações, estabelecer as regras do futebol, futsal, futebol de areia e das arbitragens dos jogos. 

A Federação Internacional de Futebol é responsável por organizar as mais diversas competições, algumas extremamente populares, outras, nem tanto. Algumas de suas organizações são: a Copa do Mundo de Futebol, os Mundiais Sub-17 e Sub-20, o Mundial de Clubes, a Copa do Mundo de Futebol Feminino, a Copa do Mundo de Futebol de Areia e o Campeonato Mundial de Futsal. 

A composição da FIFA é formada por seis confederações continentais que são responsáveis por organizar as competições em suas determinadas regiões. São elas: 

  • CONMEBOL (América do Sul) – representante de 10 seleções nacionais;
  • CONCACAF (América do Norte, América Central e Caribe) – representante de 41 seleções nacionais;
  • UEFA (Europa) – representante de 55 seleções;
  • AFC (Ásia) – representante de 47 seleções;
  • CAF (África) – representante de 56 seleções;
  • OFC (Oceania) – 13 seleções. 

João Havelange, um dos nomes mais importantes da FIFA

No início do século XX, o esporte era visto apenas como um hobbie. Com o passar dos anos, a ideia de profissionalizar atletas que dedicam todo o seu tempo aos treinamentos de determinada categoria começou a crescer. 

Durante a década de 30, já era comum que alguns atletas recebessem remuneração pelos seus serviços prestados em nome de algum clube ou instituição. Essa “motivação extra” fez com que a prática esportiva se tornasse mais popular e atraindo novos atletas.

Na cidade de Rio de Janeiro, surgia um jovem atleta filho do belga Faustin Havelange, um comerciante de armas radicado na cidade. Seu nome era Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange, ou simplesmente, João Havelange, um dos nomes mais importantes para a história da comunicação e marketing esportivo. 

João sempre foi um jovem muito ligado aos esportes e adepto à diversas modalidades. Durante sua passagem pelo Fluminense, Havelange foi escoteiro e atleta das categorias infantil, juvenil e adulto. 

Ao mesmo tempo em que se dedicava aos esportes, João também tinha que se preocupar com seus estudos. Se formou em direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense e se tornou advogado e acionista, entretanto, uma de suas maiores aventuras aconteceu enquanto atleta.

Pouco tempo após se formar, João se classificou para disputar as Olimpíadas de Berlim, em 1936, para competir nas categorias de 400 metros e 1500 livre na natação. Posteriormente a sua experiência Olímpica, em 1948, João se tornou dirigente de esporte, iniciando sua carreira na Federação Paulista de Natação.

Em 1952, retornou para o Rio de Janeiro com a missão de ser presidente da Federação Metropolitana de Natação e vice-presidente da Confederação Brasileira de Desportos. Neste mesmo ano, João compôs o elenco de polo aquático que disputou as Olimpíadas de Helsinque. Quatro anos depois comandou a delegação nas Olimpíadas de Melbourne.

Como a FIFA mudou a forma de vender o esporte

Após o sucesso da seleção brasileira na Copa de 1970, João, que já contava com uma grande bagagem no ramo de dirigente esportivo, foi eleito em 1974 para ser o presidente da FIFA, cargo no qual permaneceu até 1998, se tornando o segundo na lista de presidentes que permaneceram por mais tempo. 

João foi o principal responsável pelo desenvolvimento da Federação Internacional que conhecemos hoje. Enquanto presidente, visitou 186 países e trouxe a China, que estava a mais de 25 anos sem se envolver com a entidade por razões políticas, de volta para a lista de filiados. 

Além disso, João também criou os Campeonatos Mundiais de Futebol para as categorias infanto-juvenil, juvenil e feminina. Mas foi ao lado de Horst Dassler, herdeiro da marca Adidas e dono da ISL, maior empresa de marketing esportivo do mundo, que João escreveu seu nome na história do esporte.

Em 1970, ano em que o Brasil conquistou o tricampeonato mundial, a Adidas forneceu pela primeira vez a bola da competição. João então percebeu que o espetáculo do futebol poderia ser muito mais do que apenas uma partida, poderia ser um holofote para as marcas do mundo inteiro.

Na Copa seguinte, Havelange negociou com Horst Dassler para que a Adidas disponibilizasse todos os equipamentos esportivos necessários para a FIFA, desde que a marca alemã fosse o principal negócio esportivo do evento.

Após o fim da Copa de 74, diversas empresas notaram a movimentação de marketing que Havelange e Dassler e se interessaram pela continuidade do projeto: dar algum tipo de suporte para o evento, seja financeiro ou não, e estampar sua marca em diversos locais durante o período do torneio. 

Nos dias de hoje, a Copa do Mundo é um dos eventos que mais recebe propostas de patrocínio, já que a competição se tornou o evento mais assistido do mundo. Porém, algumas empresas têm um pé atrás sobre se relacionar com a FIFA, devido às recentes polêmicas que a instituição se envolveu.

A última grande polêmica

Devido ao grande interesse do público, todo país que deseja conquistar os olhares do planeta procuram maneiras de conseguir o privilégio de sediar uma Copa do Mundo. Esse interesse se tornou mais forte após a Copa de 2002, que teve como sede a Coreia do Sul e o Japão, sendo essa a primeira edição do torneio no continente asiático.

Mas foi em 2010 que as coisas começaram a sair do controle. Após Havelange não se reeleger para o cargo de presidente da FIFA, o nome da vez foi Joseph Blatter. O suiço permaneceu no cargo durante cinco anos, até ser suspenso e banido por corrupção dentro da instituição.

Joseph assumiu o comando da FIFA em 1998, e até 2015, Blatter desviou mais de 79 milhões de francos suíços da entidade máxima do futebol. O caso fez com que todos os olhares da mídia mundial voltassem aos detalhes sobre as ações da Federação Internacional.

Cinco anos antes do escândalo de Blatter vir à tona, alguns já suspeitavam de que algo poderia estar acontecendo, baseado na votação para a sede da Copa de 2010, que aconteceu na África do Sul.

Antes da Copa de 2010, a FIFA abriu as eleições para as edições de 18 e 22. O Catar anunciou sua candidatura para a Copa, que para muitos era a última opção dos eleitores, entretanto, as coisas aconteceram de outra forma.

Como você já sabe, a Copa de 2022 foi sediada no Catar, que venceu as eleições de maneira “suspeita” na visão daqueles que acompanharam de perto a disputa dos países para ter a honra de ser a sede do torneio.

Segundo relatos, uma parte dos eleitores do Catar receberam propina em diversos encontros da FIFA, com malas que continham dinheiro vivo, para garantir assim o voto do membro da instituição. 

Em 2009, o Catar, mesmo sem possuir um estádio para receber o torneio, venceu as eleições. A falta de estrutura também foi alvo de críticas aos entusiastas do futebol: “como poderia uma Copa do Mundo acontecer em um país que não possui nenhuma tradição com o futebol?”. 

Durante esses treze anos, o país do Oriente Médio construiu diversas formas de locomoção, além de prometer que essa seria a Copa mais sustentável da história, pois grande maioria dos estádios que seriam construídos teriam como futuro seu desligamento completo ou na transformação de outro projeto. 

O problema é que, as construções dos estádios começaram em um período tecnicamente tardio. No total, foram entregues oito estádios extremamente modernos, sendo a grande maioria construída do zero.

Esse “milagre” da engenharia causou mais uma grande polêmica: as condições que os trabalhadores tinham que aturar durante as obras. A mídia relatou que diversos trabalhadores foram a óbito durante as construções, devido a insuficiência cardíaca e infartos.

Porém, o país registrou as mortes como “causa natural e fora do ambiente de trabalho”, levantando assim, mais uma vez, questionamentos e protestos sobre a escolha do Catar como país sede. 

O resultado você já sabe, a Copa aconteceu e teve como principal história a emocionante “last dance” de Lionel Messi na competição, que foi líder da Argentina que conquistou o tricampeonato mundial em uma das maiores partidas de futebol da história diante da antiga campeã, França, comandada por Kylian Mbappe.

Apesar do belo espetáculo, todos esses acontecimentos fizeram com que a FIFA construísse uma má reputação ao redor do mudo. Gianni Infantino, atual presidente da FIFA, prometeu que iria trabalhar duro para reconstruir a boa imagem da entidade máxima do futebol.