Nesta semana, um ex-membro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Ribamar Sodré Veloso, de 72 anos, conhecido como Bacará, está entre os réus aceitos pela Justiça do Maranhão no processo de investigação do assassinato do empresário Bruno Vinícius Nazon de Moraes, ocorrido em 2021 na Região Litorânea de São Luís.
Bacará trabalhou por 50 anos na CBF e é uma figura conhecida entre políticos e esportistas. Segundo as autoridades policiais e o Ministério Público do Maranhão, Bacará é acusado de esconder na garagem de sua residência, em São Luís, um veículo Gol branco utilizado no crime por assassinos vindos do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, Bruno foi morto porque o empresário goiano tinha planos de estabelecer dois sites de apostas de futebol em São Luís, o que desagradou os bicheiros do Rio de Janeiro, que dominam o jogo do bicho, caça-níqueis e apostas online no nordeste.
Bacará está respondendo ao processo em liberdade após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A CBF informou que Bacará não é mais funcionário da entidade. Na esfera judicial, os advogados de Bacará negam sua participação no crime, alegando que seu cliente é um “homem de bem”, sem conhecimento dos criminosos e que teve sua casa invadida por eles.
A defesa argumentou que Bacará deveria responder ao processo em liberdade, destacando suas comorbidades, como hipertensão e transtorno depressivo. Bacará era membro da CBF desde a época da presidência do almirante Heleno Nunes, na década de 1970. Ele teve um breve período fora da entidade quando o ex-presidente Rogério Caboclo foi denunciado por assédio sexual e moral por sua secretária e saiu em 2021.
Inicialmente, Bacará foi demitido por Caboclo, mas acabou sendo recontratado por Antonio Carlos Nunes, conhecido como coronel Nunes. A partir desse momento, Bacará começou a frequentar a entidade duas vezes por semana, sem ter um local de trabalho específico. Ele era frequentemente visto na sala de reuniões dos vice-presidentes até deixar a CBF durante a atual gestão.