O ex-jogador Manoel Maria era considerado o melhor amigo de Pelé. “Mané” é considerado um dos maiores ídolos da história do Santos, assim como o primeiro a defender alguma Seleção Brasileira de Futebol vindo diretamente do futebol paraense.
Em entrevista recente ao site UOL, Manoel revelou um lado do Rei Pelé que poucos conheciam. Segundo ele, o eterno ídolo brasileiro chegou a pagar faculdade de pessoas desconhecidas. “Esse cara tinha um coração muito bom. Você não tem ideia de quantas pessoas ele formou, quantas casas ele bancou e na fé que ele depositava nas crianças. Custeava faculdades sem pensar duas vezes”, afirmou.
“Ele foi Rei em tudo aquilo que fez. No tratamento com as pessoas, nas preocupações e bem-estar dos mais jovens. Ele investiu em um projeto de campeonato nas favelas, tinha muito desejo de ver essas pessoas mais humildes prosperarem. De lá saíram nomes importantes. Ele queria abraçar essas pessoas, colocá-las no topo”, completou Manoel.
A parceria dentro e fora dos gramados com Pelé rendeu amizade de cerca de cinquenta anos, com Pelé chegando a auxiliar-lhe financeiramente também na própria lua-de-mel do paraense. Em contrapartida, Manoel Maria chegou a treinar um dos filhos de Pelé, Joshua, treinado no Santos também por dois filhos do paraense, Aarão e André Alves.
O que levou Pelé a encerrar a carreira nos Estados Unidos?
O New York Cosmos foi o último time em que o Rei Pelé atuou. O ídolo santista atuou na equipe estadunidense entre os anos de 1975 e 1977, fazendo parte de um projeto que tinha como objetivo atrair olhares para o futebol na terra do Tio Sam. O Rei fechou um contrato de dois anos e meio de duração, rendendo a Pelé quatro milhões de dólares, livre de impostos.
O Cosmos era comandado pela Warner, e levou grandes nomes do futebol para atuar ao lado de Pelé, como Carlos Alberto Torres, companheiro do Rei na seleção tricampeã mundial na Copa-1970, o alemão Franz Beckenbauer, o holandês Johan Neeskens e o italiano Giorgio Chinaglia.
Segundo uma reportagem da revista Placar na época, Pelé teria pedido um valor “absurdo” para o time norte-americano, justamente com o objetivo da proposta ser retirada. “Os mais íntimos amigos de Pelé defendem uma tese: ele realmente pediu alto demais, justamente para que não aceitassem. Seria uma forma de afastar seus apaixonados admiradores, sem dizer não”.
Também é dito que Pelé exigiu que o Cosmos levasse para jogar com ele alguns de seus companheiros do Santos. Toninho seria um deles. Entretanto, não sabe ao certo quais as reivindicações feitas pelo Rei. O que se sabe é que o New York Cosmos aceitou-as e não colocou obstáculos para a contratação.
O projeto do Cosmos acabou não durando muito. Em 1984, a NASL, liga onde o clube atuava, foi encerrada pela falta de lucratividade. O New York Cosmos ainda teve sobrevida de uma temporada atuando em uma liga nos moldes do “showbol”, já sem os grandes craques no elenco. Em 1985, o Cosmos finalmente fechou as portas.