A rivalidade de São Paulo e Palmeiras é separada por um muro. Os clubes são vizinhos no bairro da Barra Funda e dividem terreno que aloca seus respectivos Centros de Treinamento. E o ‘Muro de Berlim’ conta com histórias bem peculiares por conta de certos “espiões” e tem o técnico Luiz Felipe Scolari como personagem principal.
Felipão, treinando o Palmeiras nos anos 1990, já teria bisbilhotado o rival e contado piadas por meio do muro sempre na intenção de arrancar alguma informação vindo do outro lado. Além disso, o ex-técnico da seleção teria até torcido o pé na tentativa de espiar o São Paulo, e conta. E quem conta, aoa risos, é Milton Cruz, que integrava a comissão técnica são-paulina.
“Ele ia sempre lá, chamava a mim e ao Carpegiani. Contava piadas, ele é muito engraçado. Mas teve um dia que ele pisou num buraco e torceu o tornozelo. Encontrei com ele e o Murtosa no semáforo, saindo do CT, e ele estava louco: ‘Olha só como ficou meu tornozelo!'”.
Milton Cruz também resolveu dar uma espiadela no treino do Verdão, na véspera de um Choque-Rei. Ele sem muita preocupação de ser visto, subiu numa escada e observou as atividades dos rivais.
Ele não foi visto do outro lado do muto. Mas um fotógrafo que estava no São Paulo flagrou o momento e publicou a foto no jornal. E Cruz recebeu um telefonema de um Felipão em fúria.
– Ele me xingou, ficou p… da vida. Mas ele fazia igual (risos)”, disse Milton.
Ex-técnico do São Paulo, Carpegiani disse ter sido vítima de Felipão por diversas vezes em suas tentativas de arrancar algo dos rivais através do muro.
“Ele vivia chorando. O Felipe é um baita gozador e quer tirar proveito de tudo. Ele era um ‘flertador’. Botava o cabeção dele ali e berrava no intuito de brincar, mas também de sacar coisas que pudessem favorecê-lo”, disse Carpegiani.
Lado do Palmeiras é mais alto do que o lado do São Paulo
Inaugurada 4 anos depois do CT do São Paulo, a Academia de Futebol tem o terreno mais elevado e facilita a espionagem. E isso, nos anos 90, diziam que a construção do CT do Palmeiras foi planejada estrategicamente.
Presidente do Palmeiras na época da construção, em 1991, Carlos Facchina Nunes nega isso. Segundo ele, o risco de enchentes foi o principal motivo para elevar o nível do terreno do CT do Alviverde.
“Não foi nada proposital. Havia algumas enchentes no próprio São Paulo e no Detran, do outro lado. Então resolvemos elevar um pouco o nível. Na época houve muita brincadeira, mas nunca vi problemas. O muro virou um lugar de confraternização”, revelou Facchina.