Embora vivamos em um país diversificado, com uma grande mistura de diferentes etnias, incluindo pardos, mulatos, negros e várias outras, o lamentável preconceito racial ainda persiste em nossa sociedade, infelizmente, inclusive no mundo esportivo. Até hoje, há casos no futebol em que torcedores ou mesmo jogadores tem atitudes deste tipo.
Em 2015, durante a Copa do Brasil, ocorreu um caso de racismo envolvendo torcedores do Grêmio contra o goleiro Aranha, que jogava pelo Santos. Naquela ocasião, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu excluir o clube gaúcho da competição com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
A punição imposta ao Grêmio foi decidida por unanimidade, com o placar de 5×0. Além da exclusão da equipe do campeonato, o clube foi condenado a pagar uma multa de R$ 50 mil, mas não houve perda de mando de campo. Essa decisão representa a primeira vez na história do futebol em que um clube foi retirado de uma competição devido ao comportamento racista de seus torcedores.
O racismo contra Aranha na Copa do Brasil
Durante o jogo, realizado na Arena do Grêmio, um grupo de torcedores tricolores, posicionado atrás do gol do Santos, começou a proferir ofensas racistas contra o goleiro Aranha no segundo tempo, utilizando termos como “macaco” e “preto fedido”, além de imitar sons, de acordo com o relato do próprio jogador.
Todos os torcedores envolvidos nesse incidente e que foram identificados por meio das imagens de TV acabaram proibidos de frequentar estádios pelo período de 720 dias. Dentro de campo, vitória do Santos por 2×0, mas o jogo da volta nem chegou a ser realizado. Depois disso, nenhum outro clube sofreu pena parecida.
No ano seguinte, o Grêmio voltou a disputar a Copa do Brasil e venceu a competição, acabando com o jejum que durava 15 anos, em relação a levantar uma taça importante. O título deu vaga na Libertadores e em 2017, o time de Renato Gaúcho ergueu o troféu mais importante do continente.