Neste domingo (14), Corinthians e São Paulo se enfrentaram pelo Campeonato Brasileiro e o jogo terminou em 1 a 1. O empate, porém, ficou em segundo plano por um fator triste.
Tentado provocar o São Paulo, torcedores corintianos entoaram cantos homofóbicos durante toda a partida e até mesmo quando o telão pedia para que parassem, faziam questão de cantar ainda mais alto.
Isso fez com que grandes debates tomassem conta da internet sobre o assunto. Nesta segunda-feira (15), André Rizek, da SporTV, detonou e disse que isso é totalmente antagônico a história do Timão, que tem grande força popular e é engajado em causas sociais.
— Vou falar como alguém que vem de uma família de corintianos, por parte de pai e de mãe: isso é uma vergonha na história do Corinthians. Nesse ano mesmo o Corinthians bateu no peito e falou que é o mais democrático do Brasil, o mais inclusivo, o clube do “respeita as minas”, o clube da democracia. Como o clube da democracia e inclusivo vai ficar quieto diante disso? Achar normal 40 mil pessoas entoarem cantos homofóbicos. Inclusive, é crime. Isso não é normal, é uma mancha na história do Corinthians. Que sirva de exemplo para que isso cesse. É ridículo isso, na minha visão é uma vergonha.
André também lembrou que as torcidas melhoraram muito em outros aspectos, como por exemplo em cantos racistas e sexistas. Segundo ele, era comum nos anos 80 uma espécie de “vale-tudo” para atacar o seu rival.
— Sou criado numa cultura de arquibancada. Nos anos 1980 valia de tudo no estádio. Aparecia uma mulher e ela era automaticamente tratada como um objeto sexual. Isso mudou para melhor. Cantos racistas eram igual beber água no estádio, até mesmo um negro ofendia um negro adversário com termos racistas porque achava aquilo do jogo. Há uma longa caminhada, mas o futebol considera isso hoje inaceitável. O que é considerado aceitável hoje no futebol? Cantos como esse, homofóbicos, que também acontecem também no Rio de Janeiro, quando o time é o Fluminense. E também, quando o Flamengo jogo, cantos de discriminação de classe. Como o Flamengo é um clube muito popular, associam o Flamengo a quem é da favela, a quem é pobre, e ser pobre e favelado é (considerado) uma coisa ruim. São cantos horrorosos. E ainda há uma resistência de gente que acha que isso tem que seguir, é da cultura do jogo.