Ministro da Justiça, Flávio Dino se posiciona após os escândalos de manipulações em jogos do futebol brasileiro virem à tona na “Operação Penalidade Máxima II”, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). Em entrevista ao Globo Esporte nesta quinta-feira (11), Dino deu detalhes sobre quais serão os próximos passos do judiciário brasileiro nas investigações, após receber orientações que teriam partido do presidente Lula.
Flávio Dino revelou que o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, pediu prioridade máxima nas investigações que apuram os casos de manipulações em jogos da Série A e B do Campeonato Brasileiro. De acordo com as palavras do ministro, um inquérito da Polícia Federal será instalado até sexta-feira (12).
Além disso, o ministro enfatizou que depoimentos e bloqueio de bens deverão ocorrer nas próximas semanas.
“São fato graves, onde há indícios de combinação e atos contrários ao esporte, com repercussão interestadual e internacional. Essa manipulação pode configurar vários crimes, como o de estelionato. A polícia federal vai aproveitar outras investigações existentes, para que a gente faça uma repressão rápida, uniforme e eficaz, para que haja segurança em relação a ética no esporte no Brasil”, pontuou Flávio Dino ao “GE”.
Regulamentação das casas de apostas no Brasil
O ministro destacou que a regulamentação das atuações das casas de apostas no Brasil ajudará a prevenir o futebol brasileiro de grupos criminosos, que aliciam os jogadores para manipularem os resultados de jogos.
O texto da Medida Provisória que visa regulamentar os sites de apostas no país foi feito pelo Ministério da Fazenda e entregue ao Governo Federal na última quarta-feira (09) via Casa Civil. A redação da MP prevê que as casas de apostas tenham sede em solo brasileiro e obrigações fiscais com os órgãos públicos do Brasil. Sendo assim, essas casas de apostas esportivas teriam uma fatia menor de arrecadação.
“O Ministério da Fazenda lidera esse debate no âmbito do Governo. O Ministério da Justiça acompanhou. Temos projetos no Congresso e que desejamos é que por intermédio desses estudos do governo e projetos que tramitam na câmara, tenhamos uma concomitância saudável. De um lado, investigações, de outro essa nova normatividade que feche o caminhos dos criminosos”, pontou o ministro da Justiça.
“É um tema que envolve milhões de pessoas e negócios, que devem ser protegidos. Negócios legais, que quando tem a atuação de criminosos você abala todo esse sistema de interesse de grande parte da nação brasileira”, completou.