Dirigentes de clubes brasileiros mostraram preocupação com regulamentação de lei sobre as apostas esportivas e foram bater na porta do Ministério da Fazenda. A reunião ocorreu na última terça-feira (11), e os cartolas demonstraram preocupação com o processo que visa dificultar a atuação de casas de apostas no Brasil. Dessa forma reivindicaram maior participação sobre a divisão de verbas.
Estiveram na reunião, em Brasília, os representantes dos quatro clubes grandes de São Paulo, dos quatro principais times do Rio de Janeiro, e também o presidente e executivos do Bahia. Além deles, o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez e o ex-deputado Vicente Cândido também marcaram presença no encontro.
Argumento dos clubes
Os clubes fizeram um levantamento e expuseram na reunião que o setor de apostas injeta hoje R$ 3 bilhões em patrocínios esportivos aos clubes, competições e transmissões. A projeção dos clubes é que esses valores vão cair se a atuação das casas de apostas, no Brasil, for regulamentada.
O texto do Ministério da Fazenda almeja determinar novas regras para o funcionamento de apostas esportivas no país, que seria essas empresas ter endereço fixado no Brasil, já que todas elas estão localizadas no exterior. A regulamentação prevê licenças para as casas de apostas operarem em solo brasileiro, seguindo as regras de transparência, o que pode afastá-las do mercado local.
O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), uma das associações criadas há pouco tempo por empresas do setor de apostas esportivas, foi ao Ministério da Fazenda com seu parecer a respeito das negociações que estão andamento para evitar essa regulamentação mais severa.
“O IBJR vem através desta carta manifestar sua oposição a uma eventual alteração do texto da Lei 13.756/2018. Para que se possa falar em aumento da arrecadação para os clubes sem impactar negativamente a canalização do mercado regulado, existem somente duas alternativas possíveis: (i) reduzir a verba destinada à União, ou (ii) reduzir o faturamento das empresas de apostas”, escreveu em seu parecer.
A CBF tinha uma reunião marcada com o Ministério da Fazenda para a última quinta-feira, mas a entidade desmarcou. E os clubes temendo a perda de patrocinadores, reivindicam como serão recompensados, e alegaram que a CBF não os representa.